Em 4 de outubro, os países da União Europeia (UE) vão votar sobre as tarifas finais de importação de carros elétricos chineses.
No final de setembro, a Comissão Europeia disse que havia enviado a eles um rascunho de decisão que imporia taxas que variavam de 17% a 36,3%, dependendo do fabricante.
A França, com o presidente Emmanuel Macron chamando a medida de "criação de condições equitativas", além de Grécia, Itália e Polônia, é um dos promotores da decisão.
De antemão, temos as autoridades alemãs contra a guerra comercial com a China, com o chanceler alemão Olaf Scholz dizendo que espera chegar a um acordo com o lado chinês.
O cientista político do Centro Federal de Pesquisa Sociológica da Academia de Ciências da Rússia, Boris Guseletov, acredita que, se a votação de sexta-feira (4) não for adiada, a posição oposta da Alemanha e Espanha talvez não impeça a adoção das restrições.
Como uma das razões, o especialista indica a possível pressão à UE dos políticos norte-americanos.
"A China é um grande irritante para os EUA e um grande oponente econômico e político. [...] Eles entendem a importância política da votação, bem como o papel e a influência da China no mercado de carros elétricos na Europa. Ao mesmo tempo, uma decisão conflituosa da UE certamente provocará contramedidas simétricas por parte da China. Como resultado, a Europa será mais prejudicada do que a China", disse o especialista à Sputnik.
Os maiores danos das contramedidas chinesas podem ser sentidos nos produtos alimentícios europeus, como produtos alcoólicos, lácteos e carne de porco.
Além disso, a Alemanha pode perder uma grande parte no mercado de automóveis chinês. As montadoras de automóveis alemãs dependem da China para quase um terço de suas vendas.
Assim, a perspectiva de impostos adicionais da UE estimulou os fabricantes chineses a buscar mais ativamente novos mercados de vendas e parceiros para investir em instalações de produção na Ásia e na África.