Panorama internacional

Moscou denuncia que o MI6 preparou Kiev para sabotagem em usinas nucleares russas

Os serviços especiais ocidentais, especialmente o MI6 britânico, prepararam sabotadores ucranianos para realizar provocações em várias usinas nucleares russas, revelou o chefe do Serviço de Inteligência Externa (SVR, na sigla em russo), Sergei Naryshkin.
Sputnik

"Os dados disponíveis indicam que os serviços de inteligência ocidentais, principalmente os britânicos MI6, treinaram sistematicamente grupos ucranianos de sabotagem e reconhecimento para organizar provocações em uma série de usinas nucleares na Rússia", disse Sergei Naryshkin durante uma cúpula dos chefes das agências de segurança e serviços de inteligência dos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI) em Astana.

Ele detalhou que o MI6 e a Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia planejavam minar as linhas de energia que ligam as usinas nucleares ao sistema energético nacional da Rússia.
Segundo o chefe do SVR, os Estados Unidos e o Reino Unido, ao fornecerem armas e entregarem jihadistas a Kiev, estão se tornando patrocinadores estatais do terrorismo, pelo qual vão ser responsabilizados.

Moscou: EUA transmitiram dados a Kiev para atacar a infraestrutura civil russa

A inteligência dos Estados Unidos partilha informações com a Ucrânia para realizar ataques contra a infraestrutura civil russa, declarou Sergei Naryshkin.

"De acordo com informações do SVR, desde o início do conflito [ucraniano], a inteligência norte-americana transmitiu informações para Kiev que são depois utilizadas para atacar infraestruturas civis russas", afirmou Naryshkin, citado em comunicado.

Em suas palavras, desde março deste ano "os satélites de reconhecimento dos EUA intensificaram significativamente o registro detalhado [da operação de] instalações russas nas zonas fronteiriças com a Ucrânia", especialmente nas regiões de Kursk e Belgorod.
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Em relação à ofensiva ucraniana na região russa de Kursk, ele observou que os dados do SVR indicam que o plano de Kiev incluía "a captura e minagem da usina nuclear de Kursk".

"Se este plano for executado, a Europa enfrentará uma catástrofe ambiental e humanitária, comparável à de Chernobyl", afirmou Naryshkin.

Na semana passada, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando o recente ataque ucraniano perto da usina nuclear de Kursk, alertou que Kiev continua a "brincar com fogo", colocando em risco a segurança da usina.
Moscou, garantiu o porta-voz, mantém contato com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a situação de segurança na usina de Kursk.
No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas iniciaram uma incursão armada na província de Kursk e ocuparam diversas áreas, provocando o deslocamento de mais de 100 mil civis. Desde 9 de agosto, a região vive situação de emergência federal.

OTAN transfere soldados do Oriente Médio para lutar ao lado de Kiev

Os serviços especiais dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão transferindo militares do Oriente Médio para a zona de operações militares especiais para participarem nas hostilidades ao lado de Kiev, disse Naryshkin.
Desde julho de 2024, segundo o chefe da inteligência russa, um grupo de oficiais da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia está na base militar norte-americana Al-Tanf, na Síria, para desenvolver variantes de ataques contra instalações militares russa e síria.
Ele acrescentou que a base militar dos EUA de Al-Tanf há muito se tornou um "centro terrorista" onde cerca de 500 simpatizantes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e outros jihadistas leais a Washington podem receber simultaneamente retreinamento.

"É dada prioridade aos nativos das repúblicas russas do Norte do Cáucaso, dos Estados do Sul do Cáucaso e da Ásia Central. Os destacamentos especiais e grupos móveis formados a partir deles têm como principal objetivo realizar ações de sabotagem e terroristas contra unidades das Forças Armadas russas na Síria e, a partir de 2022, também na Ucrânia", disse Naryshkin.

Ele também observou que Kiev fornece aos terroristas drones e munições como pagamento aos militantes, acrescentando que existem dados de que, "uma vez terminado o conflito ucraniano, presume-se que os combatentes serão usados para desestabilizar toda a região da Eurásia", ponderou.
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