De acordo com a Bloomberg, Polônia e Estônia estão liderando o caminho nas compras da aliança, enquanto o presidente da Eslováquia anunciou um "momento emocionante" quando os primeiros caças F-16 recém-adquiridos pousaram em seu país em julho e Bucareste celebrou que os F-35 norte-americanos estão sendo "construídos para a Romênia".
Juntos, 14 Estados-membros aumentaram os gastos com defesa desde o início do conflito ucraniano ao equivalente a US$ 70 bilhões (cerca de R$ 387,4 bilhões) somente neste ano.
No entanto, os pedidos de caças, helicópteros, tanques e sistemas de mísseis expuseram o quanto mais precisa ser feito para alcançar os padrões da OTAN no momento mais perigoso desde a Guerra Fria, segundo observadores internacionais, quando a aliança precisa modernizar, produzir e ampliar seus arsenais se pretende manter sua iniciativa belicosa.
"Depois de não fazer quase nada nesta área por 20 anos, é basicamente um salto de máquinas de primeira ou segunda geração direto para a quarta ou quinta geração", disse o general Daniel Zmeko, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Eslováquia, segundo a apuração. "É como passar de um computador com processador 386 para as soluções de rede multinúcleo mais avançadas da atualidade."
O flanco oriental da OTAN foi inicialmente estimulado a aumentar os gastos militares durante a crise da Crimeia em 2014. A Estônia, por exemplo, gastou mais nos últimos 18 meses do que nos últimos 30 anos, segundo o chefe da agência de compras de defesa da nação báltica, Magnus-Valdemar Saar. Para alguns críticos, este é o sinal de que os países do Leste Europeu estão começando a fazer o que deveriam ter feito em 1999, quando se juntaram à Aliança Atlântica.
Atualmente, as nações do Leste Europeu respondem por cinco dos sete maiores gastadores em defesa na OTAN em porcentagem do produto interno bruto (PIB) neste ano, de acordo com estimativas da aliança militar, sendo a Polônia a número 1, ultrapassando 4% do PIB.
Segundo autoridades militares ouvidas pela mídia, o investimento não se limita à aquisição de equipamentos, mas a novas instalações de armazenamento, treinamento e ampliação de contingente de pessoal e integração entre os parceiros.
A Polônia, por exemplo, prometeu mais que dobrar o número de soldados profissionais para 250.000 até 2035. Os militares adicionaram cerca de 20.000, elevando o total para 134.000 no final de 2023. Em lugares como a Romênia, há pressão para aumentar os salários iniciais de cerca de € 500 (R$ 3.032) por mês agora para poder atrair jovens soldados.