"Quase 42 mil mortos, a maioria mulheres e crianças. O número de feridos e desaparecidos se aproxima de 100 mil, 2 milhões de deslocados internos. Esse é o resultado da obstinação dos líderes israelenses e do patrocínio por parte dos aliados americanos de Jerusalém Ocidental, que não permitem que o Conselho de Segurança interrompa esse ciclo vicioso de violência", destacou o diplomata russo durante a cúpula do principal órgão da ONU.
Nebenzya acrescentou que a tragédia de 7 de outubro de 2023 tem sido usada ao longo de um ano "para infligir uma punição coletiva maciça e impiedosa aos palestinos".
Além disso, a autoridade russa observou que a população da Faixa de Gaza enfrenta uma catástrofe humanitária sem precedentes "desde a Segunda Guerra Mundial".
Em 7 de outubro de 2023, um ataque coordenado pelo Hamas contra mais de 20 comunidades israelenses resultou em aproximadamente 1.200 mortos, cerca de 5.500 feridos e a captura de 253 reféns, dos quais 100 foram posteriormente liberados em trocas de prisioneiros.
Em represália, Israel declarou guerra ao Hamas e iniciou uma série de bombardeios sobre Gaza.
A Rússia e outros países instam Israel e o Hamas a concordar com um cessar-fogo e defendem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como única via possível para alcançar a paz duradoura na região.
Lobby israelense nos EUA
O economista norte-americano e acadêmico da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs, analisou à Sputnik que a forma de resolver a crise no Oriente Médio é óbvia, mas segue sendo bloqueada pelo poderoso lobby israelense nos EUA.
De acordo com Sachs, a paz no Oriente Médio será possível se os EUA pararem de bloquear a adesão palestina à ONU e começarem a trabalhar com outros membros permanentes do Conselho de Segurança, incluindo a Rússia, para implementar uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino.
Nesta semana, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, criticou duramente os governos dos Estados Unidos e da Europa por apoiarem o "selvagem regime sionista" que, segundo ele, "não sente escrúpulos em massacrar pessoas".