Conforme Silveira, a equipe técnica do governo será reunida em Brasília para tomar a decisão. A declaração ocorreu durante o II Fórum Internacional Esfera, em Roma, quando o ministro adiantou que se houver risco energético no Brasil em função da seca histórica, "não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão".
"Se não houver risco energético, aí é um custo-benefício que terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil — e a favor do Brasil nem sempre quer dizer que vai economizar 0,5%, 1% na conta de energia. Por que qual impacto nos outros setores? Isso tem que ser um equilíbrio. Ainda bem que a política de diálogo voltou. Com essa política, a gente tem tranquilidade e, com muita profundidade, chegar a um momento em que a gente possa mostrar com clareza qual o melhor caminho a seguir", acrescentou o ministro, ressaltando que "não tem como não ser esta semana, porque não daria tempo de aproveitar a melhor janela, que é novembro, se não for tomada a decisão nesta semana", disse à Agência Brasil.
Além disso, o ministro afirmou que o horário de verão é uma medida adotada mundialmente para reduzir o consumo de energia elétrica nos horários de pico, e não uma questão ideológica — o adiantamento dos relógios em uma hora em parte do país foi suspenso durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Primeiro quero registrar que o horário de verão é uma política pública que não é nacional. É implementada em vários países e, em especial, em países desenvolvidos. É uma política pública que não deve ser tratada como uma questão ideológica, e ela foi tratada pelo governo anterior assim, simplesmente extirpando ela em 2019", pontuou.
Silveira ainda lembrou que, desde o início das medições do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em 1950, nunca houve índices pluviométricos tão baixos como neste ano.
Por fim, o ministro garantiu que, caso seja retomado no Brasil, será adotado após o segundo turno das eleições municipais, que acontece no dia 27 de outubro. "Se for decretado, não pega a eleição, porque tem que ter no mínimo 20 dias para que setores extremamente importantes se planejem, como o setor aéreo, por causa das conexões internacionais, e outros setores também, como segurança pública", pontuou.
Em reunião nesta semana, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as projeções para o fornecimento de energia no país entre outubro e março de 2025, com diversas incertezas sobre os níveis de precipitação que contribuem para a retomada dos níveis normais nas hidrelétricas.
"Com a estiagem severa dos últimos meses, as próximas chuvas precisam, num primeiro momento, permitir que o solo recupere sua umidade para que, posteriormente, seja observada a elevação dos níveis das vazões", informou o órgão em nota.