Segundo o jornal, especialistas chamam de devaneio uma proposta feita na quarta-feira (9) pelo embaixador norte-americano no Japão, Rahm Emanuel, de formar uma coalizão de tipo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para "combater a 'coerção econômica' da China com uma postura unificada".
Em sua fala, Emanuel supôs que poderia ser uma coalizão de comércio e defesa com adoção de um equivalente econômico ao Artigo 5º da OTAN, o original do qual diz que um ataque a qualquer país do bloco é considerado um ataque a todos os Estados-membros.
Porém, os especialistas citados pelo jornal acreditam que seria muito difícil concretizar tais planos.
"Observadores chineses disseram na quinta-feira [10] que seria difícil colocar essa proposta em prática, pois outros países têm seus próprios interesses econômicos e não se unirão aos EUA", diz o artigo.
De acordo com Xiang Haoyu, pesquisador do Instituto de Estudos Internacionais da China, os maiores aliados dos EUA na Ásia, a Coreia do Sul e o Japão, têm diferentes interesses relativamente à China.
O Global Times também observa que, apesar de o novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter defendido a criação de um sistema de segurança coletiva na região parecida com a OTAN durante sua campanha eleitoral, agora o governo do Japão mostra esforços de aprimoramento das relações com a China.
"Como uma relação estável entre a China e o Japão é vista como não sendo do interesse dos EUA, os comentários de Emanuel podem ter como objetivo fazer barulho sobre as relações e testar a reação do Japão", disse Da Zhigang, diretor do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang.
Recentemente, durante a 19ª Cúpula do Leste Asiático, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse, comentando as ideias de Ishiba, que quaisquer ideias sobre a criação de blocos militares geram riscos de confronto que podem se transformar em uma fase quente.