Pequim pediu à União Europeia neste sábado (12) que não conduza negociações separadas sobre o preço dos veículos elétricos fabricados na China e vendidos na UE, alertando que isso "abalaria as fundações" das negociações tarifárias bilaterais.
De acordo com a Reuters, o governo chinês citou a existência de "relatórios relevantes" que observaram a prática, mas não deu mais detalhes.
"Se o lado europeu, ao negociar com a China, conduzir negociações separadas de compromisso de preços com algumas empresas, isso abalará a base e a confiança mútua das negociações [...] e será prejudicial ao avanço do processo geral de negociação", disse o Ministério do Comércio chinês em comentários publicados em seu site.
As declarações foram dias após Bruxelas rejeitar uma proposta chinesa para que veículos elétricos fabricados na China fossem vendidos dentro do bloco a um preço mínimo de US$ 32 mil (R$ 179 mil), uma medida que Pequim esperava que evitasse a imposição de tarifas da UE no próximo mês.
Vários fabricantes, incluindo empresas de propriedade europeia na China, autorizaram a Câmara de Comércio Chinesa de Máquinas e Eletrônicos a propor um plano de compromisso de preços que represente a posição geral da indústria, disse o Ministério do Comércio.
"Esta é a base para as atuais consultas entre China e UE", acrescentou.
Ao longo da semana, diversos setores da indústria europeia, não só o automobilístico, mas também o de tintas e de bebidas alcoólicas, especialmente o conhaque, lançaram declarações pedindo que a União Europeia "desse conta" da retaliação chinesa contra as tarifas de carros elétricos, as quais podem impactar profundamente esses outros setores.