Panorama internacional

Navio com bandeira portuguesa é impedido de atracar em vários portos por levar explosivos para Gaza

Apelidado pela imprensa portuguesa de "Navio da Vergonha", por usar a bandeira de Portugal e colocar o país na posição de conivência com o governo de Benjamin Netanyahu, o navio MV Kathrin está, neste momento, navegando sem rumo definido ao esperar por uma solução, escreve o UOL.
Sputnik
De acordo com a coluna de Jorge de Sousa, desde a semana passada, o governo português enfrenta um problema delicado, uma vez que o navio cargueiro MV Kathrin – que pertence a um armador alemão, mas navega com bandeira portuguesa – vem sendo sistematicamente impedido de atracar em portos do Adriático e Mediterrâneo.
A resistência acontece pela suspeita da embarcação estar transportando explosivos altamente perigosos destinados a Israel, que seriam usados na Faixa de Gaza. Os portos que bloquearam a chegada do navio afirmam que o mesmo transporta oito contêineres de um explosivo chamado RDX, também conhecido como Hexogeno, de altíssimo poder destrutivo, encomendado pelo governo israelense.
Até agora, o MV Kathrin já foi proibido de atracar na Namíbia, em Montenegro (que seria o seu destino original), Eslovênia, Croácia e Malta, relata o colunista.
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O "Navio da Vergonha" vem sendo monitorado pela Anistia Internacional desde que partiu do porto de Hai Phong, no Vietnã, no final de julho, com os contêineres de explosivos que haviam sido encomendados pelo governo israelense.

Segundo a empresa dona do navio, já foi pedida a mudança de registro do navio de Portugal para outro país não informado (prática conhecida no meio marítimo como "bandeira de conveniência", a qual permite aos navios serem registrados em outras nações que não as de seus proprietários), mas isso ainda está sendo processado, escreve o UOL.
De acordo com a imprensa portuguesa, o governo em Lisboa pediu no dia 27 de setembro a retirada do pavilhão português ao Registro Internacional de Navios da Madeira. O processo seria rápido e em "dois ou três dias" o assunto estaria encerrado.
No entanto, 14 dias depois desse pedido, o MV Kathrin continua a navegar com bandeira portuguesa e o governo português permaneceu em silêncio sobre a questão.
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