De acordo com uma série de postagens feitas no X (antigo Twitter) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), "por volta das 04h30 da manhã, enquanto os peacekeepers estavam em abrigos, dois tanques das Forças de Defesa de Israel [FDI] Merkava destruíram o portão principal da posição e entraram à força na posição. Eles pediram várias vezes que a base apagasse suas luzes".
Segundo a UNIFIL, "os tanques partiram cerca de 45 minutos depois, após a UNIFIL protestar por meio de nosso mecanismo de ligação, dizendo que a presença das FDI estava colocando as forças de paz em perigo".
O órgão das Nações Unidas também informou que "apesar de usarem máscaras protetoras, 15 soldados da paz sofreram efeitos, incluindo irritação na pele e reações gastrointestinais, depois que a fumaça entrou no acampamento. Os soldados da força de paz estão recebendo tratamento".
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu às Nações Unidas que evacuassem as tropas da força de paz da UNIFIL das áreas de combate no Líbano, conforme noticiado.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, normalmente uma das maiores apoiadores de Israel entre os líderes da Europa Ocidental, falou com Netanyahu por telefone no domingo (13) e denunciou os recentes ataques israelenses contra o Líbano, segundo a Reuters.
A Itália tem mais de mil soldados na força de 10 mil homens da UNIFIL, tornando-a uma das maiores contribuintes de pessoal. França e Espanha, que têm cada uma quase 700 soldados na força, também condenaram os ataques israelenses.
Apesar do apelo, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, reiterou neste domingo (13) que o país proibiu a entrada do chefe da ONU, António Guterres, devido ao que ele diz ser sua falha em condenar adequadamente o Irã pelo ataque com mísseis contra Israel no início deste mês e pelo que Katz descreveu como conduta antissemita e anti-Israel.
A UNIFIL foi criada em 1978 para monitorar o sul do Líbano. Desde então, a área tem visto conflitos persistentes, com Israel invadindo em 1982, ocupando o sul do Líbano até 2000 e novamente lutando uma grande guerra de cinco semanas contra o Hezbollah em 2006.