Netanyahu pede a Guterres que retire 'imediatamente' as forças da ONU do sul do Líbano
12:02 13.10.2024 (atualizado: 12:53 13.10.2024)
© AP Photo / Ronen ZvulunBenjamin Netanyahu durante a reunião semanal de gabinete no Ministério da Defesa, em Tel Aviv. Israel, 7 de janeiro de 2024
© AP Photo / Ronen Zvulun
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O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pediu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, neste domingo (13), que retirasse as forças de paz da ONU da zona de guerra no sul do Líbano, citando preocupações com sua segurança.
"Quero me dirigir diretamente ao secretário-geral da ONU: é hora de retirar a UNIFIL [Força Interina da ONU no Líbano] dos redutos do Hezbollah e áreas de combate [...] tirar as forças da UNIFIL de perigo. Isso deve ser feito agora mesmo, imediatamente", disse Netanyahu em um discurso em vídeo.
A força da ONU no Líbano acusou as tropas israelenses esta semana de atacar deliberadamente as bases da ONU, no que Guterres disse ser uma violação do direito internacional humanitário.
A UNIFIL disse que um tanque israelense disparou diretamente contra sua sede em Ras Naqoura na quinta-feira (10), atingindo-a e ferindo dois funcionários da ONU. Dois outros soldados da força de paz ficaram feridos na sexta-feira (11) após explosões perto de uma torre de observação.
O primeiro-ministro israelense lamentou que vários soldados da UNIFIL tivessem se colocado em perigo no Líbano, mas culpou o movimento libanês Hezbollah por usar tropas da ONU como um "escudo humano".
"Lamentamos que os soldados da paz da UNIFIL tenham ficado feridos e estamos fazendo tudo o que podemos para evitar isso. Mas a maneira simples e óbvia de evitar isso é tirá-los da zona de perigo", disse Netanyahu.
Ele argumentou que os líderes europeus deveriam criticar o Hezbollah, em vez de Israel, por colocar em risco as vidas dos soldados da paz, acrescentando que a recusa da ONU em retirar os capacetes azuis os tornou reféns do Hezbollah.
Em 1º de outubro, Israel lançou uma operação terrestre contra o Hezbollah no sul do Líbano, enquanto também continuava a trocar ataques aéreos e de foguetes com o movimento xiita. O número de mortos no Líbano por ataques israelenses já ultrapassa 2.000 desde a escalada. Apesar das perdas, o Hezbollah tem lutado contra tropas israelenses no solo e lançado foguetes através da fronteira. Israel diz que seu principal objetivo é criar condições para o retorno de 60.000 moradores que fugiram do bombardeio no norte de Israel.