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HIV em transplantes no RJ: para cortar custos, laboratório reduziu frequência da análise de reagente

Na última semana, Secretaria de Estado de Saúde confirmou que seis pacientes transplantados foram infectados com órgãos com HIV. Polícia Civil investiga negligência e já prendeu duas pessoas.
Sputnik
A negligência no controle de qualidade do laboratório PCS LABS, responsável pelos testes para transplantes no Rio de Janeiro, pode ter provocado o erro em exames que não apontaram infecção por HIV em órgãos encaminhados para seis pacientes. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (14).
Conforme o delegado André Neves, já foram detectados erros na checagem dos reagentes usados nos exames, que possivelmente estavam fora da validade — são os produtos que reagem com o sangue contaminado dos órgãos e indicam a presença do vírus.

"Era feita uma análise qualitativa diária nos reagentes, até dezembro. Depois disso, essa análise passou a ser semanal. A ideia era diminuir o custo [para o laboratório]. Quando você diminui o custo, aumenta o risco. A pessoa que determinou isso [o espaçamento das checagens dos reagentes] será devidamente responsabilizada criminalmente. Houve quebra do controle de qualidade que visou o lucro, deixando de lado a segurança dos testes", declarou o delegado à Agência Brasil.

Conforme o delegado, o objetivo da medida era reduzir os custos do processo para aumentar o lucro. O laboratório foi contratado pela Secretaria de Estado de Saúde de forma emergencial e sem licitação por um período de 180 dias a partir de outubro de 2023.
A corporação também investiga a possibilidade de emissão de laudos falsos pelo laboratório, que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
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Sócio e técnico do laboratório foram presos

Também nesta segunda, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, além de outros dois de prisão. Um dos sócios da empresa, Walter Vieira, e um técnico foram detidos. Outras duas pessoas seguem foragidas.
O caso é considerado sem precedentes no Brasil e levou a pasta do Rio de Janeiro a realizar exames para apurar se há outros casos de transplantados com órgãos infectados.
Além disso, Valter é marido da tia do ex-secretário de Saúde do estado, Dr. Luizinho (PP). Atualmente o político é deputado federal e deixou o cargo no fim do ano passado, meses antes da contratação do laboratório.
Em nota, o parlamentar afirmou que "jamais participou da escolha deste ou de qualquer laboratório" e que houve uma concorrência pública realizada pela Fundação Saúde.
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