A ideia da vitória ucraniana, que muitos políticos ocidentais defendiam com convicção no primeiro período do conflito, já parece estar muito longe da realidade.
As razões são, de acordo com o artigo, a tática aprimorada do Exército russo, a exaustão das tropas ucranianas, a falta de pessoal e de armas, mesmo levando em conta o permanente apoio ocidental, o que levou, em consequência, a um ritmo constante de perda de território.
"Em ambos os lados do oceano, o cinismo e o cansaço estão se instalando, e até mesmo alguns dos mais fervorosos defensores da Ucrânia reconhecem que o tempo está passando e que o Ocidente não tem condições de sustentar a luta de Kiev", escreve.
Há meses que as autoridades ocidentais entendiam implicitamente a realidade, diz o artigo, mas hoje em dia começaram a reconhecê-la publicamente.
O jornal cita o presidente da República Tcheca, Petr Pavel, que disse anteriormente que Kiev deve ser realista sobre suas perspectivas e que a Ucrânia não poderá retornar às fronteiras pós-soviéticas de 1991.
Ao mesmo tempo, não há consenso entre os países ocidentais sobre qual parte da "lista de desejos" do chefe ucraniano deve ser atendida.
Na melhor das hipóteses, ele pode contar com apoio do Ocidente durante as negociações sobre o fim do conflito, disse o jornal.
Em 14 de junho, o presidente russo Vladimir Putin indicou os seguintes pré-requisitos para a solução do conflito ucraniano:
1.
Retirada completa do Exército ucraniano das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;2.
Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na constituição russa;3.
Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;4.
Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;5.
Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;6.
Cancelamento de todas as sanções antirrussas.