Desde o começo da operação russa na Ucrânia, Berna tem seguido amplamente as sanções da União Europeia (UE) à Rússia, rompendo com a neutralidade tradicional da nação. No entanto, alguns comerciantes de commodities sediados na Suíça se mudaram ou abriram escritórios em jurisdições para continuar a fazer negócios com Moscou, relata a mídia.
Agora, a Secretaria de Estado de Assuntos Econômicos (SECO, na sigla em inglês) — a agência governamental responsável por aplicar sanções suíças — está investigando se algumas dessas empresas ainda estão efetivamente operando na Suíça.
"Se alguém abrir uma empresa pró-forma no exterior, mas ainda orquestrar a evasão de sanções a partir do solo suíço, então a Suíça tomará medidas. Não toleraremos isso", disse Helene Budliger Artieda, chefe da agência conhecida como SECO, em uma entrevista.
Budliger se recusou a dar detalhes sobre os casos em andamento, mas destacou uma série de sinais de alerta para possíveis violações de sanções.
O governo suíço decidiu esta semana não implementar uma nova disposição da UE que obriga as empresas a garantir que suas subsidiárias em países terceiros não prejudiquem as medidas contra a Rússia. De acordo com a mídia, tal fato atraiu críticas dos sociais-democratas, que chamaram a medida de "escandalosa" e "um grande passo para trás".
As sanções são uma questão polêmica na Suíça, com partidos tendo coletado assinaturas suficientes para fazer uma votação, a fim de consagrar uma posição permanente de não alinhamento na Constituição. Isso proibiria o governo de participar de qualquer regime de sanções.
Embora Berna tenha bloqueado cerca de US$ 15 bilhões (R$ 85 bilhões) em ativos russos mantidos no país, seu parlamento rejeitou uma proposta para se juntar a uma força-tarefa de sanções liderada pelos EUA.