"Em um contexto global em que os países em desenvolvimento lutam para quebrar as cadeias da dependência econômica, o BRICS se apresenta como um grupo com um potencial fundamental para alcançar uma maior independência", considerou o analista boliviano Martín Moreira em entrevista à Sputnik.
"A tendência para 2028, dita pelo próprio presidente Vladimir Putin, é que o BRICS se consolide e atrás estará o G7, atrás estará o dólar, atrás estará o SWIFT e atrás estará a hegemonia desse mundo unipolar que hoje enfrenta o nascimento do novo mundo multipolar e plural", destacou.
"Não só a crise do Ocidente está piorando, [mas também] a crise da hegemonia norte-americana, com cada vez menos capacidade para disciplinar o mundo emergente e para fornecer o que se chama de bens públicos globais ao resto da ordem internacional", ele explicou.
"Um dos aspectos mais esperançosos é a possibilidade de mais países latino-americanos, como a Bolívia, entrarem no grupo. Este passo pode marcar o início de uma nova era de multilateralismo, onde os países em desenvolvimento terão uma plataforma de intercâmbio mais equitativa", considera Martín Moreira.
Passos para a desdolarização
"[Os mecanismos monetários para conduzir o comércio sem depender do dólar devem ser] decididos, considerando opções como o uso do yuan, a criação de uma moeda digital lastreada em ouro ou de uma cesta de moedas, e um sistema de compensação semelhante ao SWIFT, como a BRICS Bridge", comentou Emilio Hernández, analista político, para a Sputnik.