A informação foi revelada pelo portal UOL. Conforme a publicação, os pedidos foram encaminhados após solicitação do Supremo Tribunal Federal (STF) no fim da última semana.
Já o governo argentino declarou ainda não ter resposta sobre a questão, que é avaliada pelos órgãos independentes do país.
Até setembro deste ano, a Argentina recebeu mais de 180 pedidos de refúgio político no país.
A eleição do presidente Javier Milei fez aumentar as solicitações de refúgio de brasileiros na Argentina, já que o político já fez diversas declarações contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Investigados por atos de vandalismo no Brasil
Em junho, o governo argentino enviou ao Itamaraty, a pedido do Brasil, uma lista de 62 brasileiros que entraram em seu território e são investigados por atos de vandalismo em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. De acordo com o governo argentino, alguns pediram refúgio. Na época, o Itamaraty informou que iniciaria um processo do pedido de extradição dos que ainda se encontram na Argentina.
No dia 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram violentamente os principais edifícios institucionais de Brasília: o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, sede do governo.
Segundo o STF, cerca de 2 mil pessoas que estavam acampadas diante de quartéis em Brasília foram encaminhadas à prisão, das quais 775 foram liberadas. O tribunal condenou dezenas de participantes, alguns por crimes como ataque ao Estado Democrático de Direito. Alguns condenados cumprem pena domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Em outubro de 2023, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro foi concluída com a aprovação do relatório final apresentado pela relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que solicitou o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.