"Desde 1948, Israel recebeu US$ 150 bilhões [R$ 855,4 bilhões] em auxílio militar apenas dos Estados Unidos, e desde o início do conflito, no ano passado, em 7 de outubro, da intensificação desse conflito na região, os Estados Unidos já despenderam mais de US$ 17,9 bilhões [R$ 102 bilhões] em auxílio militar para Israel", ressaltou o pesquisador do NEAI.
"As munições, a parte de inteligência, tudo tem sido de grande apoio dos Estados Unidos. Eles têm, na realidade, mantido uma relação de muita proximidade. […] por mais que haja, em alguns discursos, alguma iniciativa de que isso mude, na prática há muito mais acordo do que divergência", pontuou Soares.
"Por exemplo, a questão nas Colinas de Golã, o governo Trump reconheceu a anexação de Israel das Colinas de Golã, e até agora Biden não reverteu isso, apesar de ter mostrado alguma reticência em relação ao status final. Aqui e ali, discursos, mas, na prática, nada dessas posições que mudaram a prática anterior dos governos americanos […]."
"Desde o 7 de outubro do ano passado, a gente vê uma permissividade clara do governo norte-americano a diversas atitudes sistemáticas tomadas pelo governo de Israel", disse Oliveira.
"Ou seja, armas dos americanos, provavelmente munição dos Estados Unidos, foram usadas para matar quem também é armado e treinado pelos Estados Unidos", ponderou Soares. "Inclusive no Irã é essencial o apoio dos Estados Unidos para poder monitorar uma região que está tão longe fisicamente de Israel."
"Então, por conta disso, está também criando um vácuo de atuação, e você está tendo, por exemplo, uma Rússia hoje muito mais próxima do Irã. Você está tendo uma China que está visando, pela via mais econômica, adentrar ainda mais aquela região, e tudo isso com um apelo muito mais positivo para vários países da região do que o apelo que os Estados Unidos estão trazendo", disse ele.
"Porque não é, evidentemente, só o Biden, é toda uma estrutura. Existe o Pentágono, existe toda a infraestrutura que alimenta inclusive Israel. Depende do próprio sistema militar", comentou Soares.