A moeda norte-americana subiu quase 4% desde o final de setembro em relação a uma cesta de moedas rivais, graças aos resultados da queda do desemprego nos EUA que reduziram as expectativas de corte nas taxas de juros pela Reserva Federal (Fed).
De acordo com o Financial Times (FT), os traders e analistas dizem que probabilidades menores de um segundo governo Trump adicionaram combustível à alta, dado que os planos do ex-presidente de aplicar tarifas sobre importações devem aumentar a inflação e as taxas de juros caso ele vença em 5 de novembro.
"Os mercados estão se movendo para precificar uma maior probabilidade de vitória de Trump", disse o analista sênior de câmbio da MUFG, Lee Hardman, segundo a apuração do FT.
Os mercados de apostas e as pesquisas de opinião de estados indecisos, mostrando o ímpeto do ex-presidente, levaram os investidores a considerar o impacto de mercado das políticas para aumentar tarifas, restringir a imigração e reduzir impostos.
Apesar do desejo de Trump de enfraquecer o dólar, os investidores acreditam que suas políticas econômicas farão o oposto.
Para um especialista do mercado financeiro ouvido pela apuração, as políticas econômicas de Trump "tendem a ser associadas a mais inflação e, como resultado, tendem a ser associadas a um ciclo menos agressivo de flexibilização de taxas do Fed nos próximos anos".
Expectativas de cortes mais lentos nas taxas de juros pelo Fed também alimentaram uma liquidação em títulos do Tesouro dos EUA de longo prazo nas últimas semanas, com o rendimento do título do governo de 10 anos atingindo 4,22% na terça-feira (22), seu maior nível desde julho.
Mesmo com a alta do dólar, os investidores seguem relutantes em apostar todas as suas fichas em um possível resultado para a eleição de novembro nos EUA, mesmo que a data esteja tão próxima.