"As sanções contra a Rússia e o congelamento dos seus ativos pelas potências ocidentais ressaltam a necessidade de independência financeira, que tornou o programa de desdolarização não só desejável, mas também necessário. O volume de comércio em moedas dos Estados-membros já superou o volume das transações em dólares. Agora a Rússia estabeleceu um novo objetivo estratégico para o bloco: a desdolarização", escreve o colunista.
Ele destacou que o PIB agregado dos países do BRICS, ajustado por paridade de poder de compra, já ultrapassou o do G7 na economia mundial, situando-se em 35,6% contra pouco mais de 30%. De acordo com Fazi, tudo aponta para a necessidade de criar uma alternativa real à infraestrutura financeira e monetária do Ocidente, e na cúpula da organização em Kazan pode ser apresentado seu próprio ecossistema monetário, a chamada moeda BRICS, que ajudará os países participantes a se protegerem das sanções ocidentais.
O colunista conclui que a cúpula do BRICS em Kazan se torna um ponto de viragem para a geopolítica e economia globais.
A cúpula dos BRICS está acontecendo em Kazan entre 22 e 24 de outubro, sendo o primeiro encontro após a expansão do grupo com a entrada do Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Líderes de 32 países, assim como altos funcionários de organizações regionais e até mesmo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participam da cúpula em Kazan.