De acordo com a pasta, Karaki recrutava militantes e planejava ataques em países continentes, incluindo no Brasil. Além disso, ele teria participado de dois atentados contra alvos judaicos na Argentina, há mais de 30 anos.
"Essa pessoa vem trabalhando desde os anos 1990 na organização do Hezbollah em nosso continente", disse a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, acrescentando que a investigação foi coordenada com os apoios do Brasil e do Paraguai, relata o G1.
Bullrich afirmou que Karaki foi responsável por conseguir um carro-bomba utilizado no atentado contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992. Horas antes da explosão na embaixada israelense, Kakari teria deixado a Argentina em um avião com destino ao Brasil. Bullrich afirmou que ele usou um passaporte colombiano falso para fugir.
Sem dar detalhes, a ministra também declarou que Karaki "recebeu a ordem direta" para o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos e centenas de feridos.
No entanto, as investigações apontam que o militante está no Líbano, atualmente. Enquanto esteve na América Latina, Kakari usou documentos do Brasil, Colômbia e Venezuela e atuou como o "cérebro e recrutador do Hezbollah" no continente, diz o ministério.
"Ele também foi o chefe operacional em linha direta com [Hassan] Nasrallah, que foi morto há algumas semanas no Líbano", disse a ministra.
A Argentina colaborou com uma investigação da Polícia Federal do Brasil, em 2023, que frustrou planos de ataques à comunidade judaica do Brasil. Em março deste ano, Kakari também tentou fazer um atentado no Peru.
Bullrich informou que Buenos Aires solicitou à Justiça que a Interpol emita um alerta vermelho em todo o mundo para localizar e prender Karaki, acrescentando que Brasília e Assunção "vão apoiar o alerta vermelho que a Argentina está solicitando".