A publicação observa que os candidatos à presidência dos EUA, Donald Trump e Kamala Harris, podem divergir sobre os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, mas, independentemente de quem vencer a eleição de novembro, "os Estados Unidos vão continuar a se preparar para a guerra com a China".
Com esse objetivo, as Forças Armadas norte-americanas iniciaram exercícios, neste mês, chamados Guerra de Grandes Potências, na ilha Havaí, onde as condições são mais próximas daquelas em que os exércitos dos dois gigantes teriam de combater.
Porém, nem tudo correu de acordo com o plano dos exercícios.
O artigo menciona que apenas pouco mais da metade dos paraquedistas que voaram do Alasca conseguiram chegar ao lugar certo.
"Alguns dos C-17s [aviões de transporte] tiveram problemas com as portas, enquanto outros foram forçados a pousar mais cedo."
Além disso, alguns paraquedistas torceram o tornozelo ou sofreram traumatismo craniano, com um soldado de 19 anos caindo com seu paraquedas que não abriu.
Ele sobreviveu e foi hospitalizado de emergência, mas não se sabe se algum dia conseguirá voltar a andar.
"O Exército dos EUA se transforma, com suas centenas de milhares de jovens, para mais uma guerra, desta vez em um possível conflito com a China", escreveu a autora do artigo.
De acordo com o jornal, um conflito entre Estados tão grandes, possuidores de armas nucleares, como a China e os Estados Unidos, seria "muitas vezes mais perigoso" do que a experiência prévia dos EUA.
Observa-se que isso poderia levar a um nível de baixas entre os militares norte-americanos que não foi registrado nem mesmo nos conflitos mais sangrentos envolvendo os Estados Unidos.
"As tropas trabalharam em novas manobras, que foram combinadas ao observar a Ucrânia lutando contra a Rússia", destaca o artigo.
Embora Taiwan tenha seus próprios sistemas de defesa, os especialistas militares consideram improvável que a ilha possa repelir um possível ataque da China sem a ajuda dos Estados Unidos.
Os formuladores de políticas norte-americanos temem que os Estados Unidos percam sua capacidade de dominar a região se não intervierem em um conflito desse tipo.
O jornal enfatiza que os militares dos EUA já estão posicionados na região: no Japão, onde há cerca de 54.000 deles, e na Coreia do Sul, onde há 25.000, com alguns posicionados nas Filipinas.
As relações oficiais entre o governo central da China e sua província insular foram interrompidas em 1949, depois que as forças derrotadas do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek na guerra civil contra o Partido Comunista Chinês, se mudaram para Taiwan.
Pequim considera Taiwan parte integrante da China, e a observância do princípio de Uma Só China é um pré-requisito para os outros países que desejem estabelecer ou manter relações diplomáticas com ela.
A política de Uma Só China e o não reconhecimento da independência de Taiwan também são respeitados pelos EUA, apesar de manterem contatos estreitos com Taipé em várias esferas e fornecerem armas à ilha.