Serviços especiais russos acrescentaram que o cidadão dos EUA estava no território controlado pelas Forças Armadas da Ucrânia desde 11 de fevereiro de 2022.
"Em 27 de outubro de 2024, militares russos que estavam realizando missões de combate perto do povoado de Bogoyavlenka [DNR] retiraram o cidadão norte-americano Daniel Martindale da zona de combate e o levaram para Donetsk", disse uma fonte nas entidades de segurança russas.
Hoje (2), Martindale deu uma entrevista coletiva em Moscou no centro de imprensa do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.
Martindale contou que estava na Polônia há dois anos, antes do início da operação militar especial. Ele entendia que havia uma grande probabilidade de um conflito na Ucrânia.
"Eu queria ir para a Rússia há muito tempo, percebi que esse era o momento pelo qual eu estava esperando e, em 11 de fevereiro de 2022, cruzei a fronteira com a Ucrânia e queria chegar a Donetsk", acrescentou.
Para coordenar as ações com o lado russo, era importante saber onde está a linha de frente, onde estão os militares russos, disse ele. Ele encontrou um chat-bot no Telegram que o conectou com as tropas russas e recebeu por esse chat-bot as mensagens do Exército russo.
Os militares russos, por sua vez, entregaram-lhe um celular que levaram por drone até onde ele estava.
De acordo com ele, os ucranianos sofrem de traição constante e precisam lutar por si mesmos e por sua segurança.
"A impressão é que eles estão em modo de sobrevivência, estão tentando apenas sobreviver. Portanto, não estão tão preocupados com quem os está liderando, não estão tão preocupados com questões religiosas. É uma questão de sobrevivência para eles, essa é a coisa mais importante", acrescentou Martindale.
Segundo Martindale, as autoridades de Kiev deveriam ser julgadas como os criminosos de guerra alemães.
"Considero que eles deveriam ser julgados sob a lei russa ou sob a lei internacional, como foram julgados os criminosos de guerra alemães por matar poloneses e judeus", disse ele.
As informações recebidas de Martindale foram usadas repetidamente para realizar ataques à infraestrutura, equipamentos e efetivos das Forças Armadas da Ucrânia, enfatizaram as fontes.
O Estado-Maior de Defesa da República Popular de Donetsk (RPD) informou no final de outubro que o americano desempenhou um papel fundamental na preparação da libertação do povoado de Bogoyavlenka, na direção de Ugledar.
A crise ucraniana, segundo Martindale, é uma questão da luta contínua de Washington contra o mundo e mesmo contra seus próprios cidadãos.
Ele prevê que o conflito vai acabar quando os EUA decidirem que não é mais vantajoso para eles apoiar a Ucrânia.
"Acredito que a Rússia ainda vencerá de qualquer maneira", concluiu Martindale.
O norte-americano declarou que não vai voltar para os Estados Unidos, que considera seu inimigo desde 2005.
As autoridades russas estão agora decidindo a questão de conceder-lhe asilo político e torná-lo um cidadão russo.