De acordo com a nota oficial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o Brasil tem acompanhado com atenção os desdobramentos da situação e reitera sua preocupação com a segurança e os direitos civis dos cidadãos moçambicanos.
"O governo brasileiro acompanha, com preocupação, a escalada de violência nos confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Moçambique, desde a divulgação dos resultados eleitorais", diz a nota.
O Itamaraty também apelou para que as autoridades moçambicanas e os grupos opositores à administração atual busquem a contenção nas ações, evitando o uso excessivo da força. O Brasil reforça a necessidade de garantir que as manifestações ocorram de forma pacífica, sem comprometer a segurança pública ou o direito à livre expressão, elementos essenciais para a consolidação da democracia no país.
Balanço eleitoral
O partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) está à frente do país africano desde 1975 e foi declarado vencedor das eleições do mês passado.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane, ficou em segundo lugar na eleição, trás do candidato Daniel Chapo, mas alega que a disputa foi fraudada.
De acordo com a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, o candidato presidencial da Frelimo teve mais de 50% dos votos (4.912.762). Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, chegou em segundo lugar, com 20,32 (1.412.517).
Moçambique vive uma intensa onda de protestos violentos desde a divulgação dos resultados das eleições, em 24 de outubro, resultando em mortes, feridos e na vandalização de bens públicos e privados.