A especificidade do atual período de transição entre a eleição e a posse é que, desta vez, um candidato venceu outra, Kamala Harris, com muita certeza, descartando completamente a linha da política do atual governo de que a outra faz parte.
Portanto, chefes de Estado por todo o mundo estão reagindo a esse acontecimento se preparando para a mudança drástica nas relações com a grande potência mundial.
Isso se aplica principalmente às crises no Oriente Médio e ucraniana, tendo os líderes dos dois Estados envolvidos parabenizado Trump pela vitória.
"O presidente eleito Donald Trump não vai assumir o cargo por mais de dois meses, mas já está moldando a política dos EUA em dois grandes pontos críticos: Israel e Ucrânia", diz a Bloomberg.
Enquanto Israel se beneficia muito com a chegada de Trump, segundo o artigo, até o ponto de seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parabenizar Trump com muita alegria chamando sua vitória de "o maior retorno da história", o mesmo evento faz o líder atual da Ucrânia Vladimir Zelensky repensar sua abordagem ao termino do conflito.
A vice-diretora do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico Shelby Magid disse à Bloomberg que a retórica e o planejamento de negociações com Moscou das autoridades ucranianas já se alteraram.
"A Ucrânia está caminhando na direção, sabendo que Trump venceu, de aceitar que as negociações são uma realidade", ressaltou.
Por isso, de acordo com os autores do material, Zelensky já está tentando aumentar a atividade para criar melhores condições para si mesmo.
Por sua vez, a situação de hoje abre uma margem de manobra mais ampla para Israel.
Netanyahu têm tido relações tensas com o governo Biden no que se trata de ataques contra o Irã e execução de operações militares na Faixa de Gaza e no Líbano.
"Trump já sinalizou que deixaria Israel mais livre para atacar o programa nuclear do Irã, especialmente se Teerã indicar que pode mudar sua política e buscar obter uma arma nuclear", destaca.
A Bloomberg enfatiza que a eleição de Trump como presidente foi um alívio para muitos países, que finalmente saíram do limbo anterior à eleição e agora podem definir claramente seus vetores políticos.