A destituição de Conille ocorre em meio a disputas internas no CPT, que buscava modificar líderes de ministérios importantes, algo que Conille resistiu, além de solicitar a saída de membros do conselho acusados de corrupção.
Fils-Aimé já presidiu a Câmara de Comércio e Indústria do Haiti e foi candidato ao Senado. Também é dono de uma rede de lavanderias e havia sido cotado para o cargo anteriormente.
Ele assume o cargo em um momento em que a violência de gangues continua a se intensificar, especialmente na capital, Porto Príncipe.
No final de setembro, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou por mais um ano uma força internacional de segurança destinada a ajudar a polícia local a combater as gangues e garantir a lei e a ordem. Em junho, Conille deu as boas-vindas a um contingente de 400 funcionários quenianos que chegaram a Porto Príncipe para colaborar com a segurança pública, marcando o início da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti (MSS, na sigla em inglês).
O Haiti está há anos mergulhado em uma crise sociopolítica, que se agravou em julho de 2021, com o assassinato do então presidente, Jovenel Moise.
Além da ingerência estrangeira, o país enfrenta um aumento sem precedentes nas atividades de grupos criminosos, que se dedicam à extorsão e ao sequestro por resgate, controlando todas as áreas do país.
Em março, grupos armados invadiram duas prisões em Porto Príncipe, libertaram mais de 3 mil presos e mataram guardas e policiais. O governo do Haiti declarou estado de emergência no país.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU, quase 100 mil pessoas fugiram da região metropolitana de Porto Príncipe em março, devido aos ataques das gangues que controlam a capital do país.
Em abril, o então primeiro-ministro Ariel Henry renunciou e fugiu do país. O CPT foi então criado, com o apoio da Comunidade e Mercado Comum do Caribe, também conhecida como Caricom, para superar a crise no país.