O comunicado ressalta que é a primeira conversa telefônica entre os dois líderes desde dezembro de 2022.
"Vladimir Putin lembrou que a crise atual é um resultado direto da política agressiva de vários anos da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] com o objetivo de criar uma cabeça de ponte antirrussa no território ucraniano", diz o comunicado.
Segundo as informações, Putin disse a Scholz que a Rússia nunca recusou e continua aberta a retomar as negociações sobre a crise ucraniana, ressaltando que possíveis acordos devem levar em conta os interesses russos na esfera de segurança.
O presidente russo também indicou que as propostas russas para a solução do conflito ucraniano foram anunciadas por ele em 14 de junho:
Retirada completa do Exército ucraniano das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;
Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na Constituição russa;
Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;
Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;
Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;
Cancelamento de todas as sanções antirrussas.
O líder russo observou a degradação sem precedentes das relações entre a Rússia e a Alemanha em todas as áreas provocada pelo curso hostil das autoridades alemãs.
Além disso, as partes discutiram a situação no Oriente Médio e possíveis soluções da crise na região.
"Foi acordado que os assessores dos líderes ficarão em contato após a conversa", conclui.
Por sua vez, o governo alemão informou que Scholz disse a Putin que o conflito ucraniano deve acabar e conclamou a Rússia a negociar com a Ucrânia para estabelecer uma paz justa e duradoura.
A Alemanha vai continuar apoiando a Ucrânia enquanto for necessário, enfatizou o chanceler alemão.