"O mundo tem um problema de acesso ao alimento", disse o ministro à reportagem. E uma dos caminhos de sucesso que o Brasil e outros 43 países encontraram para lidar com esse problema foi aliar a integração de alimentos pelo produtor local à alimentação escolar. Essa é a base que compõe o Programa Nacional de Alimentação Escolar brasileiro, por exemplo.
"De um lado, aumenta a oferta de alimento, ajuda a equilibrar o preço do que podemos chamar da cesta básica alimentar de cada país, mas também chegar diretamente a quem mais precisa", explica Dias.
Essa iniciativa é uma das que integram a cesta de políticas públicas ofertada aos países através da Aliança Global Contra a Fome. Essas ações foram divididas em seis eixos principais como o acesso à água, apoio a agricultura familiar, transferência de renda, alimentação escolar, inclusão socioeconômica, e apoio a saúde materna e na primeira infância.
A Aliança uniu 41 governos, 13 organizações internacionais públicas e financeiras, 19 filantropias e muitas outras da sociedade civil.
Desde que foi anunciada em Nova Déli pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério do Desenvolvimento Social recebeu "54 delegações da área técnica" de países e organizações que ajudaram a construir a iniciativa.
"O objetivo também é mais igualdade. Digo que teremos, em 2025, um conjunto de outros países que vão seguir fazendo adesões."
Segundo o ministro, o Brasil tem um papel de destaque ao trazer para frente do G20 "que é um fórum que normalmente tratava de temas como economia, inflação", a força-tarefa de combate à fome.
Nesse sentido, o Brasil se posiciona na sua posição merecedora de líder nesse quesito. Na América Latina, por exemplo, o Brasil é responsável por 80% da redução da pobreza, apontam dados do relatório Panorama Social da América Latina e do Caribe 2024, divulgado na última terça-feira (12) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
"É uma região que tem a presença do Brasil, e o Brasil já tem um acompanhamento e parcerias mais intensas. Então aqui vamos trabalhar como está na aliança, com conhecimento e com a colaboração de várias maneiras para que a nossa região seja um bom exemplo de bons resultados até 2030 no combate à fome e à pobreza."