Quanto à inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a previsão avançou de 4,25% para 4,40%.
Os números do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado na próxima sexta-feira (22). Publicado a cada dois meses, o relatório traz previsões para a execução do Orçamento com base no desempenho das receitas e da previsão de gastos do governo, com o PIB e a inflação entrando em alguns cálculos.
Com base no cumprimento da meta de déficit primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal, o governo bloqueia ou libera alguns gastos não obrigatórios.
A
projeção de crescimento para o terceiro trimestre subiu de 0,6% para 0,7%, o que, segundo a pasta, reflete pequenas revisões nas estimativas de crescimento para o setor agropecuário e de serviços.
No segundo trimestre, o resultado do PIB, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do esperado, com alta de 1,4%.
Para os próximos dois trimestres, o aumento da atividade deve ter ritmo inferior ao observado nos dois primeiros trimestres, de acordo com o boletim. Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB continua negativa, mas a expectativa de retração, que era de 1,9%, melhorou para 1,7%.
Para a indústria, a expectativa de crescimento da pasta se manteve em 3,5%, guiada pelo "bom desempenho" projetado para as indústrias da transformação e construção.
A projeção para a
expansão dos serviços subiu de 3,3% para 3,4%. A expectativa é de que esse setor continue em expansão até o final do ano, guiado pelo
mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito para as famílias comparativamente ao ano anterior, segundo o ministério.
A
desaceleração do crescimento desse setor deve ocorrer
nos próximos dois semestres, refletindo tanto a forte base de comparação como a redução de estímulos vindos do aumento real do salário mínimo e do pagamento de precatórios.
A previsão do levantamento para o IPCA passou de 4,25% para 4,4%, ficando próxima do teto da meta de inflação para o ano. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, o limite inferior é 1,5%, e o superior é 4,5%.
Segundo a Secretaria de Política Econômica, contribuíram para o aumento das estimativas a aceleração dos preços de itens mais voláteis, mais afetados pelo câmbio e pelo clima, como alimentos.
Porém, até o final do ano deve haver desaceleração nos preços monitorados, repercutindo, principalmente, mudanças esperadas nas
bandeiras tarifárias de energia elétrica. Após dois meses no nível vermelho,
a bandeira tarifária para novembro será amarela.
Para 2025, a estimativa de crescimento ficou em 2,5%, um crescimento inferior devido à perspectiva de um novo ciclo de aumentos na taxa Selic, os juros básicos da economia, definida pelo
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A estimativa de inflação pelo IPCA para o próximo ano avançou de 3,3% para 3,6%. Já as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI) para 2025 estão em 3,4% e 4%, respectivamente.