"Os delegados europeus na cúpula do G20 no Brasil ficaram descontentes com a decisão do presidente Lula de encerrar as negociações e divulgar a declaração final do grupo um dia antes, evitando uma discussão prolongada sobre o conflito na Ucrânia", afirma a reportagem.
De acordo com as fontes da agência, normalmente o comunicado final é publicado ao término da cúpula. No entanto, Lula optou por aprovar o texto durante a sessão plenária na última segunda-feira (18), enquanto líderes da França, Alemanha e Estados Unidos estavam ausentes.
Diplomatas brasileiros presentes nas negociações disseram à Reuters que a aprovação apressada do comunicado conjunto foi motivada pelo risco de que, no final do encontro, os países não conseguissem chegar a um consenso sobre o texto da declaração, como ocorreu no encontro na Índia no ano passado.
Na véspera, a mídia europeia também informou que vários países da região desejavam que a declaração final da cúpula do G20 trouxesse termos mais contundentes em relação ao conflito na Ucrânia, mas recuaram por temer que isso pudesse impedir a adoção de um documento conjunto.
Em meio à cúpula, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrei Melnyk, reclamou ao jornal Folha de S. Paulo que o Brasil perdeu a última chance de se tornar mediador na resolução do conflito ucraniano, devido à falta de atenção dedicada ao tema durante o G20. A cúpula de líderes do G20 ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.