As tropas ucranianas causaram "um banho de sangue" na aldeia de Selidovo, na República Popular de Donetsk (RPD), tentando repetir o que aconteceu na cidade ucraniana de Bucha em abril de 2022.
A afirmação foi feita pelo enviado especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre os crimes de Kiev, Rodion Miroshnik, em entrevista à Sputnik.
Em 29 de outubro, o Ministério da Defesa russo anunciou a libertação completa da aldeia de Selidovo, que tem localização estratégica, a cerca de 40 quilômetros a noroeste de Donetsk.
"Quando o Ocidente começou a falar sobre negociações de paz, [o ucraniano Vladimir] Zelensky começou a preparar a 'Bucha número dois', mas já em Selidovo", disse Miroshnik.
O diplomata destacou que os residentes evacuados de Selidovo relatam dezenas de civis mortos nas ruas da cidade.
"Eles descrevem detalhadamente os acontecimentos com endereços, nomes dos mortos e descrições das tropas punitivas do regime de Kiev. Eles afirmam que os nazistas realizaram um banho de sangue dois ou três dias antes da libertação da cidade pelas tropas russas", afirmou Miroshnik.
Ele acrescentou que as autoridades que atuam na investigação do caso vão examinar os detalhes e as provas do ocorrido.
"Agora existem depoimentos de vítimas e testemunhas que impediram o massacre em Selidovo", disse o diplomata.
De acordo com um residente de Selidovo, soldados ucranianos, incluindo mercenários poloneses, começaram a disparar contra civis na aldeia dois dias antes da chegada das tropas russas, a fim de culpar a Rússia no futuro.
"Havia poloneses. Não sei sob quais instruções eles agiram, mas todos usavam o mesmo uniforme. Literalmente dois dias antes [da chegada das tropas russas] eles começaram a matar pessoas. Talvez eles tenham esperado que as tropas russas se aproximassem", acrescentou.
A testemunha afirmou ainda que as Forças Armadas ucranianas entraram nas casas e dispararam contra famílias com crianças e mulheres.
Em abril de 2022, a Ucrânia e vários meios de comunicação internacionais divulgaram inúmeras imagens de câmeras e satélites mostrando supostos corpos de civis, alguns amarrados, nas ruas de Bucha, que estava sob controle de tropas russas.
Autoridades ucranianas afirmaram ter encontrado 410 corpos de civis na cidade, que fica nos arredores de Kiev. Enquanto as autoridades ucranianas e vários países manifestaram solidariedade a Kiev e chamaram o que aconteceu na cidade de "massacre de Bucha", o Ministério da Defesa russo descreveu as imagens veiculadas como "encenação" e "provocação", negando que os residentes locais tivessem sofrido abusos enquanto a cidade permaneceu sob o controle das tropas russas.
O Kremlin rejeitou categoricamente o envolvimento dos militares russos nos assassinatos de civis em Bucha e insistiu na realização de um debate internacional sobre o assunto, mas ao mesmo tempo mostrou-se cético quanto à possibilidade de realizar "uma investigação verdadeiramente imparcial" a nível internacional.