"É óbvio que Musk vai assumir esse cargo numa situação de defesa dos interesses próprios, e não de defesa do interesse público. E ainda seguindo na SpaceX, que é a empresa que nos interessa mais, porque a Starlink é uma subsidiária da SpaceX, os contratos novos ou antigos da SpaceX podem ser bastante beneficiados por um sistema regulatório fraco, ou até inexistente. Se esses planos de redução ou eliminação das medidas regulatórias forem à frente, a Starlink pode conquistar muitas vantagens no mercado", avalia.
Qual é a melhor Internet via satélite?
"Seria inteligente para o governo brasileiro buscar opções como uma maneira de contrabalançar a instabilidade e as incertezas trazidas por figuras públicas que se mostram claramente incapazes de gerar confiança em termos políticos. Por outro lado, a SpaceSail ainda não é uma opção no curto prazo, mas pode vir a ser no médio e longo prazo. Eles pretendem lançar uma frota de 600 satélites até o final de 2025, e a implementação da primeira fase operacional só vai acabar em 2027, quando vão lançar mais de 800 satélites para totalizar 1,4 mil ativos em órbita. Ainda é pouco em comparação aos 6 mil da Starlink, mas é um passo grande", declarou.
Quanto custa uma Starlink?
"Existir um contrato de serviços de satélites com empresas estrangeiras é perigoso, pois deixa o país muito vulnerável em áreas estratégicas a ameaças e a conflitos […]. O Brasil pode e deve negociar com qualquer empresa por condições melhores, caso contrate um serviço. Estabelecer uma política de barganha entre concorrentes, principalmente oriundos de potências estrangeiras, é uma manobra das relações internacionais, que já foi bem-sucedida em momentos anteriores da história diplomática nacional", pontua.