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Petrobras estuda criação de empresa para produção de etanol e retorno ao mercado

© Fernando Frazão / Agência BrasilFachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ)
Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ) - Sputnik Brasil, 1920, 22.11.2024
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A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (22) que sondou produtores de cana-de-açúcar e de milho para criar uma joint venture de produção de etanol e compensar o declínio na venda de gasolina previsto para as próximas décadas.
Até 2040, estima a empresa, a gasolina terá perdido relevante participação entre os combustíveis de carros de passeio, tendendo a ser substituída pelo etanol.
O anúncio foi feito durante a apresentação do plano de negócios 2025–2029 — o plano 2017–2021 deixou a Petrobras fora do mercado de etanol. A presidente da estatal, Magda Chambriard, declarou que o etanol é o principal produto competidor da gasolina no Brasil:

"Somos o único país do mundo que tem frota de veículos leves flex, ou seja, [que rodam com gasolina ou] etanol", disse.

Diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim declarou que a Petrobras "está com pressa para retomar protagonismo na produção de etanol".

"A nossa ambição é grande. Estamos partindo para ser realmente um dos líderes na questão do etanol. Vamos fazer parcerias. Seria um caminho longo para percorrer se fôssemos partir do zero", disse o diretor. "A ideia é já começar grande. Isso pode ser implantado muito rapidamente", completou Tolmasquim.

O plano prevê US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,5 bilhões) em investimentos na produção do combustível a partir do milho ou do bagaço da cana, e a previsão é que sejam produzidos 2 bilhões de litros de etanol por ano, com base em cálculos preliminares.
Na ocasião, a direção enfatizou que a busca por combustíveis limpos pela estatal, como é o caso do etanol, tem um interesse ambiental e empresarial por custos competitivos e projetos rentáveis:
"Não vamos destruir valor, vamos construir valor, mantendo foco em petróleo e gás", declarou.
Os investimentos estimados pelo novo plano de negócios para os próximos cinco anos são 9% superiores aos do ano passado: US$ 111 bilhões (R$ 645 bilhões), sendo cerca de US$ 77 bilhões (R$ 447,5 bilhões) somente para petróleo e gás.
A parcela com foco na transição energética subiu 42%, de US$ 11,5 bilhões (R$ 66,8 bilhões) para US$ 16,3 bilhões (R$ 94,7 bilhões), representando 15% dos investimentos da empresa para o período.
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Margem Equatorial

A produção de petróleo terá seu pico no fim desta década, comunicou a estatal, podendo atingir uma produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) em 2029. Depois a tendência é de queda.
Para compensar esse declínio, a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que ainda precisa de licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é uma das frentes da empresa, que visa perfurar 51 poços entre 2025 e 2029.
Cerca de 31% da oferta primária de energia do Brasil vem da Petrobras, e, para 2050, a empresa estima que a geração primária de toda a energia do país deve crescer 60%. Ao mesmo tempo, a meta da estatal é compensar todo o carbono emitido durante a exploração e produção de petróleo até esse mesmo ano.
Logo, os investimentos visam garantir que a empresa acompanhe a expansão da demanda brasileira com fontes renováveis, que devem representar entre 8% e 11% da energia gerada pela estatal.
Para a presidente da companhia, não há contradição entre exploração e produção de petróleo e a transição energética para uma economia de baixo carbono:

"É perfeitamente possível conciliar exploração, produção e refino [de petróleo] com liderança em transição energética. Nossa produção de energia vai crescer mais limpa, mantendo a relevância da Petrobras no país e mantendo a atenção que a sociedade brasileira merece."

O plano de negócios também prevê a criação de 315 mil empregos diretos e indiretos em cinco anos.
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