A determinação prevê um período de 60 dias para a retirada das forças israelenses do Líbano, com a subsequente ocupação da região sul do país pelo Exército libanês. A região sempre foi vigiada militarmente pelas tropas do Hezbollah, que atua como principal partido político da minoria xiita do país.
Segundo os termos do tratado, ambos os países reconhecem a importância da resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pôs fim à guerra do Líbano de 2006 e reforçou o compromisso das partes pela manutenção da Linha Azul e pelas operações da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês).
Netanyahu destacou três motivos principais para o acordo com o Hezbollah. São eles: o foco na ameaça do Irã; a renovação das forças e equipamentos militares israelenses; e a desvinculação do confronto com o Hezbollah daquele travado com o Hamas, movimento palestino atuante na Faixa de Gaza.
"Estou determinado a fazer de tudo para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear", afirmou Netanyahu em seu discurso.
Ainda segundo o premiê israelense, o movimento conseguiu enfraquecer o Hezbollah a ponto de o movimento não ser mais uma ameaça a Israel. "Se o Hezbollah tentar se armar, construir infraestruturas ou lançadores de mísseis, nós os atacaremos", afirmou o primeiro-ministro.
"Este não é o mesmo Hezbollah, nós o atrasamos décadas. Eliminamos [o líder Hassan] Nasrallah e a maioria dos oficiais superiores. Eliminamos milhares de terroristas. Destruímos a maioria dos mísseis. Frustramos a infraestrutura terrorista e abalamos o chão em Beirute."
Em Israel, a moral das tropas está cada vez mais baixa conforme o conflito na fronteira norte se alonga. Domesticamente, o governo de Netanyahu também enfrenta pressões internas pela falta de resolução da crise dos reféns em Gaza.
Yair Lapid, líder da oposição, se posicionou nas redes sociais após o anúncio feito pelo primeiro-ministro. "O maior desastre da nossa história aconteceu sob o comando de Netanyahu, nenhum acordo com o Hezbollah apagará essa ilegalidade."
"Há uma necessidade urgente de lidar com os sequestrados, de trazer para casa os cidadãos abandonados", disse Lapid.