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PF: além de matar Moraes, plano golpista pretendia prender ministros do STF

Relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa mostra que, além de plano para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a trama previa a prisão de outros magistrados.
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Conforme relatado no documento intitulado "Desenho Op Luneta.xlsx” encontrado em um pen drive pertencente ao tenente-coronel Hélio Ferreira Lima — preso na operação Contragolpe, deflagrada na última terça-feira (19) —, a trama pretendia "realizar a prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade".
A PF, em seu relatório, destaca que esta é uma evidência clara sobre as tratativas de golpe de Estado, uma vez que tal ação só poderia acontecer com a prisão dos ministros do STF.
"O conteúdo do referido documento contém trechos que indicam um planejamento de ruptura institucional em razão, possivelmente, do resultado das eleições presidenciais de 2022. Um dos pontos mais repetidos no documento seria a existência de fatores geradores de instabilidade no Supremo Tribunal Federal", diz o relatório da PF.
O plano golpista ainda aponta, para, após a prisão dos ministros, a necessidade de constituir um gabinete de crise para restabelecer a "legalidade e estabilidade institucional".
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Investigações da PF indiciam Bolsonaro, Braga Netto e aliados por tentativa de golpe de Estado

'Lula não sobe a rampa'

O robusto relatório da PF traz também um plano escrito à mão encontrado no gabinete do Partido Liberal (PL) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento foi encontrado em fevereiro deste ano com o coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente pelo partido.
Intitulado Operação 142, o plano tinha como intuito principal impedir a posse do presidente Lula. Para isso, previa diversas ações: desde a anulação das eleições ao uso de tropas militares para intervenção.
"Lula não sobe a rampa", diz o documento que faz referência ao artigo 142 da Constituição, usado pelo grupo como argumento para uma intervenção militar no país.
De acordo com a PF, o plano apreendido encabulava seu início com levantamento de supostas arbitrariedades cometidas pelo Poder Judiciário desde 2019. O segundo passo do plano previa a preparação de tropas, discursos em TV e interrupção do processo de transição. Em seguida, ocorreria a decretação de uma intervenção militar para, por fim, atingir o objetivo final, impedir que o presidente Lula tomasse posse.

"O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno, ao contrário do explicitado no documento anterior, tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma intepretação anômala do art. 142 da Constituição Federal, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado", afirma a PF no relatório.

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