Inaugurado em 1991, o CTN se tornou local para nordestinos que vivem em São Paulo e também para os paulistanos interessados em conhecer e vivenciar as tradições da região brasileira.
Com área de 27 mil metros quadrados, o centro oferece apresentações de forró, repentistas e quadrilhas juninas, além de shows com grandes nomes da música brasileira, como os que se apresentaram durante o Festival Nordestino deste ano.
Erom Bezerra, de 40 anos, é gerente de um dos restaurantes do centro. Filho de pai potiguar e mãe alagoana, ele diz carregar no sangue a paixão pela culinária nordestina.
Há quatro anos ele assumiu a operação do restaurante, especializado em baião de dois.
Morador de São Paulo, ele organiza a rotina do restaurante, que abre de quarta a domingo, das 12h00 às 17h00, com horários estendidos aos sábados e domingos, "até fechar".
"É bem corrido", diz, comentando que durante eventos especiais é impossível calcular quantas pessoas vão ao restaurante.
Vicente Nonato, de 71 anos, é quase uma instituição dentro do CTN. Natural de Tauá, no sertão do Ceará, ele tem cinco décadas dedicadas à culinária e é conhecido por seu famoso "Super Baião", um prato que combina carne de sol com picanha, mandioca e outros ingredientes "secretos".
Aos sábados e domingos, o movimento no restaurante que Vicente lidera é tão intenso que forma fila de espera.
Não é para menos: sua equipe, de 42 pessoas, atende a uma demanda que chega a 400 kg de carne de sol por final de semana.
"Meus mestres são Deus, o fogão, a boa vontade e a curiosidade de criar algo prático."
Vicente se orgulha de ter começado no CTN em 1991 e ajudado a consolidar o local como um símbolo da cultura nordestina em São Paulo. Para ele, a essência do sucesso é simples: produto bom e dedicação, ainda que ele afirme existir receitas secretas em seu estabelecimento.
Quantos nordestinos vivem em SP?
A migração nordestina para São Paulo não tem números exatos. Ela teve início antes do século XIX e se intensificou entre 1930 e 1970, impulsionada pela industrialização paulista e pelas desigualdades regionais.
Durante esse período, a população nordestina na capital multiplicou-se significativamente e foi essencial para a expansão urbana, política, científica, social e cultural da maior metrópole do país, apesar dos desafios sociais existentes.