De acordo com a Bloomberg, a República Tcheca, Polônia e Sérvia estão se juntando à corrida do ouro como uma forma de diversificar investimentos e apostar em futuros aumentos de preços no caso de uma nova crise financeira ou ainda de se defender de políticas de sanções unilaterais visando ativos nacionais em bancos estrangeiros — razão pela qual os países do Leste Europeu têm levado suas pilhas de ouro para casa.
Com a vitória de Donald Trump, o metal precioso também pode servir para lastrear as moedas no caso de possíveis guerras comerciais e tensões geopolíticas, como as vividas atualmente pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.
Segundo o chefe do banco central da Polônia, Adam Glapinski, as reservas de ouro e moeda forte são cruciais para proteger a economia contra eventos catastróficos, tendo se gabado de fazer parte e uma espécie de "clube exclusivo" de países maiores detentores de quantidade de ouro, disse a apuração.
Conforme os conflitos geopolíticos têm se intensificado, as compras de ouro têm sido uma boa aposta. Segundo o Goldman Sachs Group Inc., o metal está entre as principais negociações de commodities para 2025, apostando os compradores que os preços da onça possam atingir a casa de US$ 3.000 (cerca de R$ 17.965,20) até dezembro do ano que vem.
O presidente sérvio Aleksandar Vucic repatriou o estoque nacional mantido fora do país em 2021. Este ano, ele prometeu comprar barras de ouro com "todo o excedente de dinheiro" que resta nos cofres do Estado "para estar seguro e protegido em tempos difíceis".
A chefe do banco central da Sérvia, Jorgovanka Tabakovic, supervisionou a triplicação das reservas de ouro para 48 toneladas desde que assumiu o cargo em 2012, e afirmou que o presidente sérvio forneceu o "pensamento estratégico, conhecimento das relações geopolíticas globais e informações" para apoiar as compras, o que, segundo especialistas, é uma opção conservadora reconhecidamente adotada pelos Estados quando a incerteza paira no horizonte próximo.