O cessar-fogo entre Israel e o movimento libanês Hezbollah entrou em vigor a partir das 04h00 desta quarta-feira (27) (23h00 de dia 26 em Brasília).
De acordo com o plano de acordo proposto pelos Estados Unidos, nos próximos 60 dias o Exército libanês, que oficialmente não está em guerra com Israel, deve ocupar os territórios no sul do país.
Por sua vez, as forças e a infraestrutura do Hezbollah devem ser retiradas das áreas ao norte do rio Litani, que corre a 20-30 quilômetros da fronteira com Israel.
Durante esse período, Israel deve retirar totalmente suas Forças Armadas do território do país vizinho.
"Há algum tempo, foi detectada atividade terrorista em uma instalação usada pelo Hezbollah para armazenar mísseis de médio alcance no sul do Líbano. A ameaça foi frustrada pela Força Aérea. As FDI estão localizadas no sul do Líbano tomando medidas para impedir as violações do acordo de cessar-fogo", diz o comunicado.
Não foi a primeira vez que o cessar-fogo teria sido violado.
Na quarta-feira (27), um correspondente de Sputnik, Abdelkader Al-Bay, foi ferido no assentamento de Al-Khiyam, na fronteira com Israel, onde ainda no dia anterior tinham ocorrido violentos combates.
O caso aconteceu horas após a entrada em vigor do cessar-fogo.
Desenvolvimento da crise no Oriente Médio
Em 7 de outubro de 2023, Israel foi alvo de um ataque de foguetes sem precedentes a partir da Faixa de Gaza.
Depois disso, combatentes do movimento palestino Hamas se infiltraram nas áreas de fronteira, abriram fogo contra militares e civis e fizeram mais de 200 reféns.
De acordo com as autoridades, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas nessa ocasião.
As Forças de Defesa de Israel lançaram, em resposta, a operação Espadas de Ferro na Faixa de Gaza, incluindo ataques a alvos civis.
Israel anunciou um bloqueio completo do enclave: o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos foi interrompido.
Dezenas de milhares de pessoas foram mortas e muito mais ficaram feridas.
O movimento político armado do Líbano Hezbollah, que de fato tem suas próprias Forças Armadas, iniciou bombardeios contra posições do Exército israelense no norte de Israel em solidariedade com o povo palestino.
Em 17 e 18 de setembro de 2024, equipamentos pessoais de comunicação pertencentes ao Hezbollah, primeiro pagers e depois walkie-talkies, explodiram simultaneamente em diferentes partes do Líbano.
Desde o final de setembro, Israel começou a bombardear sistematicamente posições do Hezbollah no Líbano, inclusive áreas civis na capital do país, Beirute.
Como resultado das hostilidades na região, centenas de milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas, foram mortas ou ficaram feridas.