Pequim condenou "veementemente" a decisão da Lituânia de declarar "persona non grata" o pessoal diplomático da Embaixada da China na Lituânia e exigir que deixassem o país, informou o meio de comunicação oficial chinês, Global Times.
Segundo Pequim, a Lituânia tem agido em "grave violação" do chamado "princípio de Uma Só China" em questões relativas à ilha de Taiwan, violando o compromisso político que a nação europeia assumiu em sua relação diplomática com o país asiático.
O governo chinês afirma que isso tem causado dificuldades nas relações bilaterais:
"A China faz um apelo à Lituânia para que cesse imediatamente de prejudicar a soberania e a integridade territorial da China, e de criar dificuldades para as relações bilaterais. A China se reserva o direito de tomar contramedidas contra a Lituânia", publicou o Global Times.
As relações entre China e Lituânia entraram em crise após a abertura de um escritório de representação de Taiwan na Lituânia em 2021, situação que o país asiático classificou como "violação flagrante do princípio de Uma Só China e das normas internacionais".
As mais recentes divergências bilaterais, pelas quais a Lituânia pediu a saída de parte do pessoal diplomático chinês, surgiram em meio a uma investigação sobre a suposta participação de um navio chinês no corte de dois cabos submarinos de dados no mar Báltico, incluindo um que liga a Lituânia e a Suécia.
Em maio, os EUA levantaram suspeitas de que cabos submarinos de fibra óptica sejam vulneráveis a espionagem por navios de reparo chineses.
De acordo com funcionários do Departamento de Estado norte-americano, a empresa chinesa S.B. Submarine Systems, que conserta cabos internacionais, supostamente esconde a localização de suas embarcações do rastreamento por rádio e satélite.
O departamento afirma que as embarcações desapareciam de tempos em tempos dos gráficos dos serviços de rastreamento de navios, às vezes por dias seguidos, enquanto operavam nas costas de Taiwan, Indonésia e outras áreas da Ásia.
A China nega as alegações de espionagem, pedindo o fim da disseminação de informações falsas.