Panorama internacional

Ultranacionalista Jordan Bardella aparece como favorito para cargo de primeiro-ministro francês

A Assembleia Nacional francesa aprovou nesta quarta-feira (4) uma moção de desconfiança do primeiro-ministro Michel Barnier, que deve renunciar ao cargo. Pesquisas realizadas pela mídia francesa apontam que Jordan Bardella, presidente do Reagrupamento Nacional, é por enquanto o favorito para assumir a posição.
Sputnik
Realizada pelo canal de televisão CNews em conjunto com a estação de rádio Europe 1 e o veículo impresso Le Journal du Dimanche, a candidatura de Jordan Bardella foi apoiada por 15% dos cidadãos entrevistados. Entre os jovens de 18 a 30 anos, Bardella possui 30% de preferência.
Em segundo e terceiro lugares, com 5% cada, estão o ex-primeiro-ministro Bernard Cazeneuve (Partido Socialista, 2016–2017), que atuou no governo do ex-presidente François Hollande, e a secretária financeira de Paris da gestão de Anne Hidalgo, Lucie Castets.
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Afiliada também ao Partido Socialista, Castets foi um dos nomes propostos pela coalização de esquerda Nova Frente Popular (NFP) para o cargo de premiê antes da nomeação impopular do conservador Michel Barnier (Republicanos).
Ao mesmo tempo, 3% dos entrevistados apoiaram a manutenção de Barnier no cargo, e outros 3% querem o retorno de seu antecessor, o centrista Gabriel Attal (Renascimento, fundado pelo presidente Emmanuel Macron). Ambos, contudo, foram ligeiramente ultrapassados pelo atual ministro do Interior do gabinete de Barnier, Bruno Retailleau (Republicanos), que recebeu o apoio de 4% dos entrevistados.
Outros nomes como a ultranacionalista Marine Le Pen, líder parlamentar do Reagrupamento Nacional e filha do fundador do partido Jean-Marie Le Pen, tem o apoio de 2%. Já Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de esquerda França Insubmissa, a maior sigla partidária da Assembleia Nacional, conta com 1% de apoio popular.
Mais de um quarto (26%) dos entrevistados se recusaram a escolher um candidato, enquanto 25% nomearam outro político com menos apoio. Outros 11% disseram que não conseguiam ver nenhuma figura política digna da posição. A pesquisa foi realizada com 1.010 adultos.
É esperado que Barnier apresente sua renúncia a Macron às 09h00 da manhã de quinta-feira, horário local. O voto de desconfiança, apresentado pelo partido de esquerda França Insubmissa, foi apoiado por 331 dos 577 legisladores. Apenas 288 votos eram exigidos e necessários para dissolver o governo.
Esse é o primeiro governo francês a receber a censura do parlamento desde 1962 e, com apenas 90 dias, a gestão com menor duração na história da Quinta República francesa.

França ingovernável?

Depois de um resultado desastroso para sua coalizão centrista Ensemble (Juntos) nas eleições parlamentares europeias, o presidente francês anunciou a dissolução da Assembleia Nacional em 9 de junho deste ano, convocando novas eleições para três semanas depois, em 30 de junho.
Realizadas em dois turnos, as eleições parlamentares francesas viram a vitória da coalizão conservadora liderada pelo Reagrupamento Nacional no primeiro turno. Para o segundo, Juntos e Nova Frente Popular se uniram para barrar o avanço do partido de Le Pen.
A manobra, embora vitoriosa, deu lugar a uma Assembleia Nacional fragmentada, onde os três principais grupos partidários não chegavam a um consenso para eleger o novo primeiro-ministro.
A renúncia de Gabriel Attal, feita em 8 de julho, foi aceita por Macron no dia 16 do mesmo mês, mas os parlamentares franceses só elegeram Barnier em setembro após um acordo dos centristas com a coalização conservadora para impedir um governo de esquerda. No entanto, devido a propostas de corte nos gastos sociais do governo, o primeiro-ministro perdeu o apoio do Reagrupamento Nacional.
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