De acordo com o South China Morning Post, a tentativa de Yoon Suk-yeol de impor uma lei marcial no país deixou o governo da Coreia do Sul em desordem. Como resultado, investigações criminais e esforços de impeachment visando Yoon foram reunidos para tentar resolver a questão o mais rápido possível com algum senso de justiça diante da opinião pública.
Apesar de tudo, o líder sul-coreano sobreviveu a uma votação inicial de impeachment no sábado (7), mas os esforços para destituí-lo não se encerraram. Já nesta segunda-feira (9) o Ministério da Justiça aprovou uma proibição de viagem para Yoon, o que o impediria de viagens ao exterior, incluindo cúpulas com líderes estrangeiros.
Segundo analistas ouvidos pela mídia, esta crise política pode resultar na séria perda de senso de oportunidade para lidar com o futuro líder norte-americano Donald Trump, em um momento em que o mundo navega por águas turbulentas.
Para o professor visitante de estudos internacionais e ciência política na Universidade Dankook na Coreia do Sul, Benjamin Engel, ouvido pelo SCMP, "agora, quem está lá para jogar golfe com Trump e sussurrar em seus ouvidos sobre comércio, Coreia do Norte e compartilhamento de ônus de defesa? Ninguém", afirmou.
Ainda em novembro, o governo sul-coreano chegou a informar à imprensa que Yoon se preparava para um encontro com Trump e que até mesmo havia começado a treinar golfe para o encontro.
Enquanto a situação de Seul não se estabiliza, cada vez mais vozes se juntam aos que protestam pela cassação de Yoon Suk-yeol, afirmando que somente com a substituição do líder, a Coreia do Sul poderá retomar os trilhos de suas relações exteriores.
Fontes têm especulado que Yoon pode ter tentado provocar a Coreia do Norte para justificar a imposição da lei marcial, o que, se comprovado, poderia ter "consequências devastadoras" para as relações de Seul com Washington.
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, disse na segunda-feira (9) que Seul deve ser incessante em seus esforços para restaurar a confiança da comunidade internacional após a crise enquanto os parlamentares sul-coreanos encontram uma forma de resolver o imbróglio em que foram mergulhados pelo líder do Executivo sem correr o risco de tomar uma atitude inconstitucional.