Para ser eleito, um candidato presidencial necessita de 200 votos dos 300 totais do Colégio Eleitoral, composto por parlamentares, oficiais municipais e representantes das repúblicas autônomas da Abkházia e Adjara. Para ser válida, a eleição precisa receber 170 votos, afirmou a Comissão Eleitoral Central georgiana.
A oposição, a partir de alegações de fraude, boicotou o processo eleitoral presidencial ao se recusar a votar e a apresentar seu candidato. Kavelashvili foi o único candidato na corrida eleitoral. Sua posse está marcada para 29 de dezembro.
Nos últimos meses o cenário político na Geórgia se mostrou conturbado após a atual presidente, Salome Zurabishvili, se recusar a aceitar o resultado das eleições parlamentares de 26 de outubro e convocar protestos contra o Legislativo.
Zurabishvili deveria deixar o cargo de presidente na segunda-feira (16), mas anunciou que se recusará a abandonar o posto presidencial e voltou a atiçar os manifestantes antigovernamentais.
O partido Sonho Georgiano, que prega uma visão independente para o país, venceu as eleições parlamentares com 53,93% dos votos. O primeiro-ministro o país, Irakli Kobakhidze, descartou a possibilidade de novas eleições.
Tendo feito sua carreira como jogador de futebol, Mikheil Kavelashvili se elegeu parlamentar do país em 2016, atuando como presidente do comitê de esportes. Em 2020 ele foi reeleito para o cargo, mas em 2022 ele deixou o partido Sonho Georgiano junto de Sozar Subari e Dmitry Khundadze.
Eles explicaram sua decisão em uma carta aberta, acusando os Estados Unidos de "agravar o contexto político" e "criar artificialmente um clima revolucionário" na Geórgia e afirmando que seu status apartidário lhes permitiria transmitir à sociedade mais verdade sobre os processos políticos no país.
Posteriormente, o grupo de deputados formou a organização pública Poder Popular. Em 2024, eles se registraram oficialmente como partido político e se uniram à coalizão Sonho Georgiano. Em outubro deste ano, Kavelashvili foi novamente eleito para o parlamento, sendo nomeado pelo partido governante ao cargo de presidente em 27 de novembro.
Em relação com sua nomeação, Mikheil Kavelishvili declarou:
"Nossa sociedade está em confronto, a radicalização e a polarização estão sendo alimentadas, nossos amigos hostis estão ajudando a intensificar esse processo, portanto, uma das principais metas e objetivos será o retorno da instituição do presidente ao arcabouço constitucional.Farei tudo para unir a sociedade georgiana, para nossos interesses nacionais, para unir a sociedade em torno da ideia de identidade e independência da Geórgia."