Na manhã deste domingo, em conversa com jornalistas, a médica Ana Helena Germoglio, responsável por acompanhar a saúde de Lula, informou que "devido ao quadro, à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, para felicidade minha e de toda a equipe, o presidente está de alta hospitalar".
De acordo com o cardiologista Roberto Kalil Filho, chefe da equipe médica que coordenou o atendimento ao presidente, "Lula está de alta hospitalar, não alta médica", já que continuará sendo acompanhado e passará por nova avaliação na próxima quinta-feira (19) quando deverá deixar São Paulo para retomar alguns de seus compromissos de agenda em Brasília.
Pelos próximos 15 dias, o presidente não pode realizar atividades físicas, restringindo-as a passeios, tampouco pode realizar viagens internacionais, embora voos de curta duração estejam liberados.
Em pronunciamento à imprensa, após a alta, Lula se emocionou ao falar sobre a gravidade de seu caso.
"Eu estou voltando para casa agora tranquilo, certo de que eu estou curado e que eu preciso apenas me cuidar. Eu não posso fazer esteira numa velocidade de atleta, que eu não sou atleta, eu preciso parar de fazer musculação um tempo [...]. Eu preciso ficar pelo menos uns 60 dias mais ou menos tranquilo, mas posso voltar a trabalhar normal. Eu vou apenas ficar com cuidado até em casa, na quinta-feira, aqui em São Paulo, vou fazer a última tomografia e depois eu vou voltar a trabalhar", afirmou Lula.
O presidente afirmou que só tomou conhecimento do que houve após a cirurgia, em conversa com os médicos, mas destacou que é disciplinado e que pretende seguir as recomendações médicas com respeito porque tem compromissos para gerenciar até o fim do ano.
No dia 9 de dezembro, o presidente se queixou de fortes dores de cabeça. Por decisão de sua equipe médica, ele se submeteu a exames laboratoriais e de imagem, seguindo direto para a internação em São Paulo.
Lula precisou passar por uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma no interior do crâneo decorrente de um traumatismo craniano, após um acidente doméstico que sofreu no dia 19 de outubro.
Após a cirurgia e a pronta recuperação do presidente, de 79 anos, os médicos decidiram submetê-lo a um procedimento endovascular para embolização da artéria meníngea média, a fim de evitar que um novo hematoma surgisse no local, como medida preventiva.
Durante toda a internação, os médicos fizeram questão de ressaltar que Lula não teve qualquer dano cerebral e que esteve a todo momento "lúcido e orientado", falando e se alimentando normalmente até que, no sábado (14), foi visto caminhando pelos corredores do hospital ao lado do neurocirurgião Marcos Stavale, responsável pelo procedimento.