"O projeto de interconexão elétrica é prioridade para a região, pois permite avançar para uma matriz energética mais diversificada e resiliente. Colômbia e Panamá trabalham juntos para garantir um fornecimento mais eficiente e sustentável de energia", afirmou o Ministério de Minas e Energia colombiano em um comunicado na plataforma X.
A iniciativa busca fortalecer a segurança energética e promover o desenvolvimento sustentável por meio da integração dos sistemas elétricos de ambos os países.
O encontro binacional, liderado pelo ministério colombiano, reuniu representantes de ambos os governos para consolidar os avanços do projeto, cujo investimento é estimado em US$ 800 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões).
A proposta prevê a construção de uma linha de transmissão de 500 km, que conectará a subestação Cerro Matoso, em Córdoba, na Colômbia, com a subestação Panamá II.
A infraestrutura combinará três trechos: 150 km terrestres na Colômbia, 130 km submarinos e 220 km terrestres no Panamá.
Espera-se que a capacidade de transmissão atinja 400 Megawatt (MW) por meio de tecnologia de corrente contínua de alta tensão (HVDC, na sigla em inglês), o que permitirá otimizar os recursos energéticos, reduzir os custos e facilitar a integração de energias renováveis na região.
Durante o encontro, foram definidas ações prioritárias, como a harmonização da regulamentação entre os dois países, a obtenção de licenças ambientais e a conclusão das consultas prévias com as comunidades locais afetadas.
De acordo com os estudos apresentados, a implementação do projeto reduziria a probabilidade de déficit energético na Colômbia de 9% para 3% e permitiria reduzir custos no Panamá de até US$ 40 (R$ 244) por Megawatt-hora (MWh).
Além disso, estima-se que a integração energética contribuirá para reduzir mais de 2,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono ao facilitar a incorporação de fontes renováveis, como a energia eólica, solar e hidrelétrica.
O projeto, cuja operação está prevista para 2028, promete transformar a Colômbia e o Panamá em um centro energético estratégico para a região, segundo a pasta.
A interconexão também faz parte dos esforços do Sistema de Interconexão Elétrica dos Países da América Central (SIEPAC) e responde à necessidade de contar com infraestruturas resilientes em um contexto de crescente demanda energética.