Robert Fico declarou que bloqueará possíveis restrições da UE ao setor nuclear da Rússia.
"Durante meu discurso, disse que vetarei qualquer sanção que venha a ser proposta no futuro contra a Rússia, caso afete programas nucleares para fins pacíficos", afirmou Fico em uma coletiva de imprensa no término da cúpula da UE em Bruxelas.
O chefe de governo eslovaco destacou que o fornecimento de energia elétrica no país depende significativamente do funcionamento de suas duas usinas nucleares.
"Nossas usinas nucleares são de origem russa, gostem ou não. A cooperação com a Rússia nesse campo é de longa data, e sanções que ameacem nosso programa nuclear seriam inaceitáveis", enfatizou.
A Eslováquia possui duas usinas nucleares construídas com assistência russa.
A UE intensificou sua "guerra econômica" contra a Rússia após o início, em fevereiro de 2022, da operação militar russa destinada a conter os bombardeios ucranianos contra populações civis de Donetsk e Lugansk — dois territórios que se separaram da Ucrânia em 2014 e se tornaram parte da Rússia depois de um plebiscito em setembro de 2022.
Segundo o governo russo, os objetivos da operação militar são interromper "o genocídio das populações de Donetsk e Lugansk cometido pelo regime ucraniano" e mitigar os riscos à segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) rumo ao leste.
As tropas ucranianas recebem apoio militar da OTAN, organização composta por 32 países e liderada pelos Estados Unidos.
Em maio passado, Robert Fico, conhecido por suas críticas à aliança pelo envio de armas à Ucrânia, foi alvo de uma tentativa de assassinato.