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Premiê eslovaco: Zelensky está 'chocado' com a vitória de Trump por temer fim do conflito ucraniano

© AP Photo / Denes ErdosVladimir Zelensky fala durante uma coletiva de imprensa em Budapeste. Hungria, 7 de novembro de 2024
Vladimir Zelensky fala durante uma coletiva de imprensa em Budapeste. Hungria, 7 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2024
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Em entrevista, Robert Fico diz que Vladimir Zelensky teme pelo fim dos enormes auxílios financeiros a Kiev e por sua situação política, já que não tem mais mandato presidencial.
Zelensky está chocado com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA porque teme o fim do conflito ucraniano. É o que declarou neste sábado (9) o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, em entrevista ao programa eslovaco Diálogos de Sábado.

"Eu vi o presidente Zelensky com meus próprios olhos em uma conferência de imprensa em Budapeste. Você já viu uma pessoa que tem medo de que a guerra termine? [...] Trump [eleito] poderia haver uma paralisação da ajuda dos Estados Unidos", disse Fico na entrevista.

Fico enfatizou que dois fatos geram temor em Zelensky. O primeiro é a Ucrânia depender de enormes empréstimos financeiros, que podem minguar ou cessar com o retorno de Trump à presidência dos EUA, uma vez que o republicano é a favor de encerrar o conflito.
Ademais, Zelensky teme por conta de sua situação política atual. Isso porque ele não é mais chefe de Estado, já que seu mandato presidencial encerrou em 20 de maio e não foram realizadas novas eleições na Ucrânia por conta da lei marcial declarada no país.
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Fico, no entanto, se mostrou cético quanto ao tempo dado por Trump para acabar com o conflito ucraniano.
"O novo presidente americano fez uma das suas fortes promessas de campanha de que poderia acabar com a guerra na Ucrânia dentro de 24 horas. Atribuo isso a uma natureza pré-eleitoral: é muito difícil concluir esse assunto em 24 horas", frisou o premiê eslovaco.
Porém, Fico acrescentou que, em sua avaliação, será do interesse de Trump demonstrar resultados no assunto. Ele descartou uma tentativa de embate com o presidente russo, Vladimir Putin, e disse que o mais provável será Trump cortar o financiamento a Kiev.

"E agora a questão é: ele [Trump] pode vir e dizer ao presidente Putin: 'Senhor presidente, se não acabar com a guerra na Ucrânia, iremos bombardeá-lo com bombas atômicas'? Só pode ser outra solução. Algo significativo acontecerá: a diminuição do apoio dos EUA à Ucrânia", concluiu.

Eleito na última terça-feira (5), Donald Trump criticou repetidamente a abordagem da Casa Branca ao conflito ucraniano e chamou Zelensky de "vendedor ambulante", cujas visitas aos EUA terminam com ajuda multibilionária de Washington. Ele também afirmou que poderia conseguir uma solução negociada para o conflito em apenas 24 horas, caso eleito.
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Nesta semana, o Wall Street Journal escreveu que o círculo de assessores de Trump propôs um novo plano para resolver a crise ucraniana, que envolve congelar o conflito, criar uma zona desmilitarizada ao longo da linha da frente de combate e continuar o fornecimento de armas em troca da promessa da Ucrânia de não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) por pelo menos 20 anos. O Kremlin observou que a publicação do WSJ é de natureza abstrata.
Em meados de junho, Putin fez novas propostas de paz para resolver a situação na Ucrânia que incluem: o reconhecimento do estatuto das regiões da Crimeia, Zaporozhie, Kherson e das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk; consolidação do estatuto não alinhado e livre de armas nucleares da Ucrânia; a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia; e a abolição das sanções antirrussas. Segundo Putin, isso proporcionaria uma possibilidade real de encerrar o conflito.
Falando em uma reunião do Clube Valdai, em 7 de novembro, Putin observou mais uma vez que Moscou está pronta para negociações com Kiev com base nos acordos alcançados em Istambul e nas realidades que estão surgindo no terreno. Ao mesmo tempo, ele sublinhou não ser possível considerar uma trégua de meia hora ou de seis meses que apenas serviria para fortalecer o Exército ucraniano.
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