Conforme o órgão, os operários eram contratados por uma empresa terceirizada chinesa e viviam em condições precárias nas proximidades do canteiro de obras. Além de dormirem em camas sem colchão, o grupo contava com apenas um banheiro para cada 30 pessoas.
Os fiscais ainda encontraram comidas sem refrigeração que seriam servidas no dia seguinte e fornecimento de água sem tratamento.
Já os passaportes e parte dos salários dos trabalhadores ficavam retidos pela empresa para evitar o abandono do emprego — eles recebiam somente 40% da remuneração acordada.
"Caso um trabalhador tentasse rescindir o contrato de trabalho após seis meses, deixaria o país sem receber efetivamente nada pelo seu trabalho, já que o desconto da caução, da passagem de vinda ao Brasil e o pagamento da passagem de retorno, na prática, configuraria confisco total dos valores recebidos pelos trabalhadores ao longo da relação de trabalho", declarou o MPT.
Após a operação, a empresa teve o contrato rescindido para a continuidade das obras. "A BYD Auto do Brasil reafirma que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana. Diante disso, a companhia decidiu encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira", informou a montadora.