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Brasil liderará discussões sobre mudanças climáticas e IA durante sua presidência do BRICS

Em 1º de janeiro de 2024, o Brasil assume a presidência do BRICS e sediará pela quarta vez a cúpula do grupo, do qual também fazem parte Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
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Para o governo brasileiro, esta será uma oportunidade estratégica de promover diálogos em torno de um futuro mais sustentável e justo.
Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Eduardo Saboia, negociador-chefe do BRICS para o próximo ano, ressaltou a importância crescente do bloco no cenário global. Com mais de 40% da população mundial e 37% do PIB global ajustado pelo poder de compra, o BRICS tem um papel central nas questões econômicas e sociais do planeta.

"Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o BRICS tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países]", destacou Saboia.

Durante a presidência brasileira, temas como a adoção de moedas locais no comércio entre os membros do grupo e a reforma da governança global continuarão a ser discutidos. Além disso, o Brasil buscará consolidar o consenso do grupo sobre questões cruciais como mudanças climáticas, redução da pobreza por meio do desenvolvimento sustentável e a governança da inteligência artificial.
Panorama internacional
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A agenda ambiental ganha ainda mais relevância com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em Belém, no Pará. O embaixador sublinhou a importância de alinhar as discussões do grupo com os objetivos da COP-30.
"Como a gente pode aproveitar a presidência do BRICS para construir um entendimento que possa ajudar para o êxito da COP-30? Os países que são membros do BRICS têm um papel central na questão da energia, que é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa", afirmou Saboia à mídia estatal brasileira.

Inteligência artificial

Outro tema relevante será a governança da Inteligência Artificial (IA), uma tecnologia disruptiva que, segundo o embaixador, carece de uma regulamentação global adequada.

"Não existe uma governança da inteligência artificial, mas essa é uma discussão que está ocorrendo. Quem sabe no BRICS, durante a presidência brasileira, a gente possa avançar na ideia de ter uma visão desses países sobre como deve ser a governança da inteligência artificial".

Para Saboia, o BRICS não só exerce um papel de construção, mas também de estabilização no cenário internacional.
"É estabilizadora porque se você tem esses países, que são muito diferentes e com sistemas políticos diferentes, cada um com seus desafios, se entendendo e se reunindo todo ano, isso é bom para todo mundo, porque dali saem soluções para a população", concluiu o embaixador.
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