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Mídia: confrontos em Moçambique deixam dezenas de mortos e feridos; mais de 1,5 mil fogem da cadeia

Episódios de violência extrema na capital de Moçambique, Maputo, nas últimas 24 horas provocaram a morte de mais de 20 pessoas, de acordo com relatos da mídia local.
Sputnik
O país africano registrou o terceiro dia de saques, protestos, bloqueios e confrontos, depois que o Conselho Constitucional nacional ratificou, na última segunda-feira (23), a vitória do candidato Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), nas eleições presidenciais de 9 de outubro. Chapo sucederá no cargo Filipe Nyusi, contando com uma nova maioria parlamentar obtida pelo partido da situação.
A confirmação do resultado, com 65% dos votos a Chapo, foi contestada pela oposição, liderada por Venâncio Mondlane, que obteve 24%. Apoiadores de Mondlane saíram às ruas, levantando barricadas e enfrentando as forças policiais, que dispararam para dispersar os manifestantes, de acordo com os relatos da imprensa local.
Ainda segundo a mídia local, mais de 1,5 mil presos da cadeia central de Maputo fugiram na quarta-feira (25).
De acordo com o comandante da polícia de Moçambique, Bernardino Rafael, em uma coletiva de imprensa em Maputo, houve confronto com os agentes de segurança. O comandante revelou que "esse confronto direto com os prisioneiros e manifestantes resultou em 33 mortos e 15 feridos". As operações de busca das forças de segurança conseguiram capturar 150 detentos, segundo ele.
A Penitenciária de Segurança Máxima de Maputo, localizada a pouco mais de 14 quilômetros do centro da capital moçambicana, abriga em sua ala de alta segurança condenados e suspeitos de crimes graves, principalmente homicídios, segundo o Ministério da Justiça.
Vídeos nas redes sociais que circulam desde o início da tarde mostram confrontos entre os detentos e as forças de segurança da prisão, que efetuaram vários disparos para tentar conter a rebelião.
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O jornal local Carta de Moçambique publicou que as tensões causaram interrupções no transporte aéreo regional, com cancelamento de voos.
O jornal Club of Mozambique informou que a polícia registrou 236 atos de violência grave em 24 horas em resposta aos resultados eleitorais.
A Frelimo está à frente do país africano desde 1975.

Brasil pede diálogo entre governo e oposição

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o governo acompanha com preocupação a situação no país e recomendou que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada evitem aglomerações e acompanhem a página e as mídias sociais da Embaixada do Brasil em Maputo sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram:

"Ao recordar os laços históricos de amizade que unem os dois países, o Brasil exorta, tanto o novo governo quanto a oposição, à máxima contenção e ao diálogo sem prerrequisitos, com vistas a garantir a paz, a estabilidade e os valores democráticos, e impedir o prosseguimento da violência pós-eleitoral."

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