"As tendências positivas estão se tornando mais evidentes e dão esperança de que os países da América Latina e do Caribe vão sair da crise de desenvolvimento sistémico. Isso poderia acontecer como resultado de diversificação das suas relações externas no contexto da transformação positiva da arquitetura da governança global, que corresponde ao espírito do momento, incluindo a etapa atual da sua regionalização", ressalta o relatório analítico.
"Quanto aos fatores externos, como no caso da África, o crescente envolvimento dos países da região no processo do BRICS está se tornando um importante recurso prático, político e ideológico", observou Yakovenko.
"Se considerarmos a região como um todo, ela é bastante autossuficiente, porém essa autossuficiência só pode ser alcançada dentro da estrutura de uma integração pan-regional intencional e de uma estratégia de desenvolvimento coletivo, que sempre foi prejudicada pela presença dos EUA nos formatos pan-americanos com suas prioridades ideológicas e político-militares", diz o relatório.
"Algo nesse plano funcionou, inclusive em relação a Cuba, que vive há sete décadas sob o bloqueio americano. No entanto, tudo isso foi desperdiçado nos últimos 40 anos neoliberais e no contexto da globalização, com suas cadeias de suprimentos frágeis e longas que não podem suportar qualquer tensão, incluindo a desestabilização geopolítica e interna", concluiu.