No canal Daniel Davis/Deep Dive no YouTube, Mercouris afirmou que não há sanções ou armas que possam mudar a situação na Ucrânia para os EUA, apesar de várias declarações da mídia e de políticos ocidentais.
"Ele [Trump] precisa entender que tudo o que está sendo dito sobre essa guerra simplesmente não é verdade, que os russos estão definitivamente ganhando e que não há como desfazer isso", disse Mercouris.
Na opinião do especialista, a Rússia vai ser dura na defesa de suas exigências nas negociações propostas.
Trump deve estar preparado pois Moscou vai rejeitar as propostas como:
Envio de um contingente militar europeu para a Ucrânia;
Congelamento apenas temporário do processo de adesão de Kiev à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.
"Isso é algo que Washington precisa entender. Se os russos rejeitaram essas condições em 2021 [...], por que deveriam aceitá-las agora? Especialmente quando eles quase ganharam a guerra", perguntou o especialista.
Tendo como pano de fundo os enormes problemas econômicos da Ucrânia, suas derrotas na linha de frente e o cansaço dos parceiros com a necessidade de financiar Kiev incessantemente, o Ocidente e a própria Ucrânia começaram a falar cada vez mais sobre a necessidade de iniciar conversações de paz.
O atual líder ucraniano Vladimir Zelensky, que proibiu o diálogo com a Rússia ao nível legislativo, disse que as negociações são possíveis se países terceiros apoiarem a Ucrânia.
Além disso, uma das exigências de Kiev, o retorno da Ucrânia às fronteiras de 1991, já quase não é mencionada.
No final de novembro, Zelensky disse à mídia americana que seria possível interromper a "fase quente" do conflito na Ucrânia colocando o território controlado por Kiev sob o "guarda-chuva" da OTAN.
Isso foi caracterizado como um sinal de sua disposição em fazer concessões territoriais.
Em dezembro, Trump, disse, após uma reunião com Zelensky, que este último quer um cessar-fogo e a paz.