"Netanyahu autorizou uma delegação de trabalho composta por Mossad [agência de inteligência nacional], Shin Bet [serviço de segurança interna] e Forças de Defesa de Israel para continuar as negociações em Doha", afirmou um comunicado do gabinete do premiê.
Nos últimos dias, autoridades israelenses expressaram pessimismo com o impasse nas negociações, causado pela recusa do Hamas em divulgar uma lista com os nomes dos reféns vivos que poderiam ser libertados.
Segundo informou a emissora pública Kan, a delegação israelense partirá na próxima sexta-feira (3). O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas celebrou a decisão de Netanyahu, afirmando: "Não podemos desperdiçar esta oportunidade".
"Os 100 reféns mantidos nas profundezas dos túneis do Hamas não têm tempo para que as negociações se atrasem ainda mais. Exigimos que o primeiro-ministro dê à equipe negociadora um mandato para alcançar um acordo que permita o retorno de todos os reféns — os vivos, para sua reabilitação, e os assassinados, para um enterro digno", declarou.
Netanyahu tem sido acusado de não ter concedido poder suficiente aos negociadores em várias ocasiões para fechar um acordo. Horas antes, o Hamas também expressou otimismo quanto à possibilidade de chegar a um acordo desta vez.
26 de dezembro 2024, 22:18
Em 7 de outubro de 2023, um ataque coordenado pelo Hamas contra mais de 20 comunidades israelenses resultou em cerca de 1,1 mil mortos, aproximadamente 5,5 mil feridos e 253 reféns, dos quais cerca de 100 foram posteriormente libertados em trocas de prisioneiros.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma série de bombardeios sobre a Faixa de Gaza. O número total de palestinos mortos devido à ofensiva israelense, há mais de um ano, ultrapassa os 45,5 mil, com mais de 108.100 feridos. Segundo as autoridades de saúde de Gaza, mulheres e crianças são boa parte das vítimas. Já as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam ter matado pelo menos 20 mil combatentes do Hamas.
Países como Rússia e Brasil pedem a Israel e ao Hamas que estabeleçam um cessar-fogo e defendem uma solução de dois Estados, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947, como a única via possível para alcançar uma paz duradoura na região.